sexta-feira, 4 de novembro de 2011

" A CONFUSÃO."


Hoje estou muito invocado, mais muito invocado mesmo; não pensa que é aquela invocadinha de “m”; trata-se de uma invocadérrima; ora bolas, não venham para cá com nhanha.
Acordo-me, o que faço? Errou, errou bruscamente Zé de Melllo, a primeira coisa que se faz quando se acorda é abrir os olhos. Impermeável, não entende piculinas nenhuma.
Pulei da cama, lavei a cara, escovei os dentes, penteei o cabelo, sem olhar para o espelho evidentemente, haja vista, que o mesmo está-me sacaneiando, deformando a minha bela imagem, por isso não olho mais para o orelhudo.
Já deixei bem claro que o conjunto não agrada, entretanto, os órgãos são belos. (Olhos, nariz e outros bichos).
Em seguida, um copo com água e rumo à caminhada matinal, 5 km, com minha mulher.
Na volta, banho, café e abertura da minha lojinha, ou melhor, lojão, ou melhor, ainda, megaloja, 3m x 7m = 21m2.
Arrumei os GPS e vamos à luta.
A minha loja tem características diferenciadas, ou seja, em face da enorme área de vendas, até duas pessoas, eu permaneço dentro da mesma, a partir de três pessoas, eu fico para o lado de fora. Anteriormente eu orientava às mesmas através de um megafone, agora, ficou bem mais fácil, pois, já na entrada, entrego um GPS para cada um, e eles se viram.
Num dia deste, já passado, tive alguns problemas, pois, todos os clientes que fizeram suas compras, através do GPS, vieram destrocar os produtos, em face de:
- o cliente solicitou um martelo, levou uma marreta.
- Solicitou um serrote, levou uma serrinha.
- Solicitou um nível, levou um esquadro, e assim por diante.
Motivo: o GPS era pirata. Falha humana, fazer o quê?
Agora não, agora os mesmos trabalham certinhos, apenas, triplica o valor dos produtos, coisa do acaso.
Chegou a primeira cliente, mancando prá valer: moço do céu me ajuda, estou com estas sacolas pesadas e estragou o meu chinelo, arruma para mim?
Respondi: minha senhora, tá escrito lá no muro, “Materiais para Construção,” não se trata de sapataria! Moço dá um jeito, não posso ir embora assim.
Olhei para o pé da mulher, uma sapata. Apanhei um prego 20x42; tem que explicar, você não entende nada; é aquele prego que o carpinteiro prega nos vigotes grossos.
Lasquei o mesmo na tira do chinelo e falei: agora a tira não vai mais saltar. A mulher entrou mancando e saiu pulando. Dane-se, aqui não é sapataria.
Chegou outra senhora, moço! Você tem pano para fazer avental? Não minha distinta senhora, entretanto, tem lona preta, 4x100; a senhora paga um metro e leva quatro.
Não estou pedindo pano para viúva, engraçadinho. Mandou-se.
Chegou um cara com um óculos, apenas com uma lente; primeiramente solicitou informações referente a localização do DETRAN e depois solicitou ajuda para consertar a lente de seu óculos, pois, teria que fazer exames de vista e a lente caiu. Respondi: meu caro cidadão, aqui não é ótica, não tenho meios de consertar óculos!
Tem cola? Respondi: tem cola epóxi! Serve você me empresta? Como tinha uma aberta, ofereci ao Zé das Tantas. O cara, após fazer a devida mistura, fez uma tripa, colocou em volta do aro e lascou a lente em cima. Ficou uma gracinha. Lá foi o “m”, prestar exames de vista.
Os caras não entendem que o meu estabelecimento é dirigido ao segmento de materiais para construção; creio que estão gozando da minha cara.
To invocado, bastante invocado, tão pensando que isto aqui é uma verdadeira quizumba, ou melhor, um quizumbaço?
Respeito, muito respeito, exijo o máximo de respeito ao meu estabelecimento.
Continúo invocado.
Ah! Já ia esquecendo, chegou um cara vendendo lingüiça; com um pedaço de lingüiça na mão e uma faca, pensei! O cara vai oferecer-me um pedaço, entretanto, ele fazia promoção da mesma e comia o pedaço da referida lingüiça, degustação inversa, nunca observei tal estratégia na minha vida.
Perguntei ao vendedor? Você sabe fazer lingüiça? Resposta: claro que sei, pois trabalho com isto! O vendedor devolveu a pergunta: e você sabe? Respondi: fácil meu caro, muito fácil, você tira a tripa dentro do porco e coloca o porco dentro da tripa.
O cara deu-me uma olhadela patriota, enfiou mais um pedaço de linguiça na boca e mandou-se.
Chega e chega, não faturei nada, absolutamente nada; coisa de louco.

Abraços do Catarina Paranaense – O invocado.






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