Para se ter uma ideia do clima de República de Curitiba, eis
a receita: apanhe um panelaço, coloque um pedaço de nuvens cinza escura no
panelaço, apanhe um pouco de chuvas finas com gotículas de neve, coloque no
panelaço, apanhe um pouco de vento penetrante, coloque no panelaço. Misture
tudo, coloque no freezer e, depois de 15 minutos, entre no freezer e sente-se
no panelaço, você terá a sensação do clima da capital dos curitibanos.
[Diante deste clima, o comportamento do ser humano muda, ou
seja: uns andam encurvados, outros encolhidos, e alguns encolhem
desgraçadamente, o meu caso.]
A minha mulher reduz as bainhas de minhas calças em 3
centímetros por semestre, o que correspondem a 6 centímetros por ano. Assim
sendo, se não me falha a memória, encolherei 60 centímetros em 10 anos.
Neste caso, entrarei
na família dos pinguins; ficarei composto de cabeça, tronco e 5 centímetros de
membros inferiores. Andarei com o mesmo
balanceamento dos pinguins, cantando a seguinte canção: CA TA RI NA, CA TA RI
NA. Coisinha munitinha, uma verdadeira gracinha. Que munitinha coisa nenhuma,
um itajaiense e munitão, saradão.
Fala para eles Jaca, como eu sou.
- Chefia! Chefia! O senhor é que nem uma briga de foice no
escuro, ou pior.
- Jaca! Grande Jaca! Você jamais deixará de ser a pele mais
fina de meu nariz.
Agora, imagine, eu, o degas, em plena Marechal Deodoro,
entrando num banco, com o andar de pinguins, balanceado, cantando: CA TA R I
NA, CA TA RI NA, coisa de louco, ou melhor, uma verdadeira loucura.
Para às futuras mamães, eis um versinho que será bastante salutar, para os filhinhos (as) dormirem:
Dorme filhinho
Que a cuca vem pegar
O CA TA RI NA congelou-se
E o papai foi trabalhar.
Saque de gênio, um gênio nato, saque de um intelectual nato,
dentro de uns minutos tais versinhos estarão nos quatros cantos da terra;
palmas para o degas, muitas palmas.
- Chefia! Chefia! Olha a linha do absurdo, cuidado, muito
cuidado.
- Jaca! Jaca! A pele mais fina de meu nariz.
O comportamento do curitibano modifica-se, vejam só: Já
falei, em outro blog, o caso do bocarra, que colocava uma bola de tênis na boca
brincando, enquanto seu pai colocava uma bola de futebol número 1 na boca.
Eu fui obrigado a aprender o código Morse para me comunicar
com o bocarra, pois, agora ele fala através do referido código, entretanto,
suas dentaduras transmitem o recado tão rápido, que para eu entender, coloco
uma borracha entre seus dentes até interpretar os sinais.
Uma verdadeira metralhadora.
Chegou uma senhora tão enrolada em cobertores, mas tão
enrolada, que a mesma perguntou se tinha veneno para rato, entretanto, não
consegui localizar a sua boca, apenas o som.
Informei para a mesma que não possuía veneno para rato,
apenas ratos, coisa de louco.
Chegou certo senhor, que fungava tanto, mais tanto, que
parecia aquele peixe quando está fora d’água.
Assim sendo, tenho a relatar que se trata de um frio
doentio, penetrante, que é capaz, em longo prazo, transformar um ser humano num
verdadeiro pinguim cantor.
Gostou do versinho?
CA TA RI NA, CA TA RI NA.
O quê foi? Algum problema?
Ah! Você quer comprar o referido pinguim para colocar como
enfeite em sua sala? Depende meu caro, depende minha cara, do cascalho, do
tutu, do dim dim, da mufunfa, do carvão. Tudo é possível.
Gostou da cantoria? CA TA RI NA, CA TA RI NA.
Abraços do
CA TA RI NA Paranaense.