Estou com mania de pintor, pintando tudo que vejo pela
frente, inclusive o sete.
Todavia, com esta brincadeira, cometi um deslize
fundamental, ou seja, pintei o muro que tinha a identificação do segmento da
minha megaloja (21m2).
Se com a identificação já era uma quizumba, agora, sem
identificação virou uma quizumbada.
As pessoas sabem que existe uma loja, com um ser, com cara
de ninguém, todavia, não sabe do que se trata, complicando o descomplicado.
Eis alguns registros, apenas, na semana passada.
1 – Bom dia!.
- Bom dia!
- O senhor vende cigarro solto?
- Mi8nha senhora madame cidadã fumante, a qual, futuramente,
chamarei de SMCF; eu não vendo cigarro solto, junto, casado legalmente,
piteiras, cachimbos, fumos em cordas, fumos em pacotes, não vendo nada desde
segmento, afinal de contas, isto aqui não é sanatório, e sim, um ponto de
venda, OK?
- Além de invocado e malcriado.
Posso saber o segmento da budega?
- Minha SMCF, não se diz budega e sim bodega.
O segmento de minha megaloja (21m2) é materiais para
construção.
- KKKKK KKKKK KKKKK.
- Aqui merece uma observação: KKKK maiúsculo, quer dizer que
a pessoa está totalmente descontraída, aberta ao mundo, agora, kkkkk minúsculo,
a pessoa tem restrições, tal como: uma dor de barriga, colite, desarranjo
intestinal ou um descontrole aerofágico; fica, portanto, o devido
esclarecimento.
Vou dar mais corda para a fumante.
- O senhor tem cal?
- Não.
- Tem britas?
- Não.
Tem cimento?
- Não.
- Tem ferro?
- Não.
- Tem tijolos?
- Não.
- Tem areia?
- Não.
- Tem argamassa?
- Não.
- Te, rejuntes?
- Não.
- Então, fez muito bem apagar os letreiros no que tange ao
segmento da bodega.
Vamos ver o que tem de estoques.
Umas torneirinhas meia boca, registros que, de tanto
trabalhar, não registram piculinas nenhuma, luvas de malhas, produtos para ser
vendidos no inverno, porém, o invocado teima em vender no verão, botinas, outro
produto de inverno, mais o cabeçudo tenta vender no verão, algumas ferramentas
e ferragens, pregos, conexões e tubos hidráulicos, uma série de produtos pendurados,
inclusive contas penduradas.
O senhor é inadimplente?
- Não senhora, sou catarinense.
Além de invocado, malcriado é ignorante.
Já fez algum teste para medir o seu “QI”?
O médico Otorrino solicitou este exame, porém, não fiz.
O mesmo falou que talvez o barulho dentro de minhas orelhas,
seja proveniente deste órgão.
- Invocado, malcriado, ignorante e burro.
Deveria fazer, pois o resultado, certamente, seria enorme.
- O médico também disse a mesma coisa, fico feliz com tais
observações.
- O seu QI (quociente de ignorância) é enorme, sem sombras
de dúvidas.
Caso venha escrever algo no muro, escreva “Acessórios para
construção”.
Bom, estou indo.
- Um momento, a senhora madame cidadão fumante, ofereceu-me
diversas sugestões aplicáveis, sendo assim, vou presenteá-la, com uma luva
25mm, uma luva 50mm e uma luva 75mm.
- O que farei com tais luvas?
- A SMCF corta às mesmas em rodelas iguais e faça anéis, o
PVC tá na moda.
Os anéis da luva 25 mm usem nos dedos das mãos, os da 50 mm,
nos dedos dos pés, excetos o da 75mm, as quais usem nos dedões.
- Luva 75 mm! ´
- É! Se não servirem, fornecê-la-ei uma luva 100 mm;
- Tchau e obrigada.
- Por nada senhora madame cidadão fumante.
2 – Bom dia!
- Bom dia!
- Foi difícil, mas não impossível tá aqui o dinheiro para
comprar um par de botinas número 35!
- Minha senhora botineira, a minha numeração começa com o
número 38!
- Machista e machista, tem algum problema com mulher? Por
quê não dispõe da numeração feminina, ou seja, 35,36 e 37?
- Tenho botas, não serve?
- Tem a número 35?
- Não! A bota começa no número 41!
- Vai catar coquinho.
3 – Boa tarde!
- Boa tarde!
- Passei aqui para oferecer uma sugestão, pode ser?
- Joga para fora a mesma.
- Ao invés do boteco, por quê você não monta uma barbearia
para terceira idade? Você vai ganhar dinheiro!
- Meu senhor sugestivo, não sou barbeiro, como farei? Caso o
senhor autorize eu praticar o corte terceiral na sua cabeça, OK.
O mono poderá escolher o objeto cortante, tais como: tesoura
de grama, tesoura de poda, estilete, tesoura de funileiro e foice.
- Não, não e não, o meu cabelo não está em jogo, apenas
fique com a sugestão e tchau.
- Tchau, mono sugestivo.
4 – Não, não é possível, já estacionou, em frente a minha
megaloja (21m2) de tudo, agora um senhor montado num cavalo, isto é novidade.
- Tudo bem!
- Tudo bem,
- O senhor tem cravo?
- Não senhor, o senhor encontrará no outro lado da rua, lá
no supermercado.
- Não, estou me referindo a cravo para pregar na ferradura
do cavalo, que soltou e o mesmo está mancando.
- Mas o senhor também está mancando?
- Não tem nada haver com o caso do cavalo, ou o senhor acha
que eu uso ferradura?
- Nada disto, apenas perguntei por perguntar; quem deu a
mancada foi o senhor!
- Não tenho cravo, apenas prego 20x42, para vigote.
- Vou para frente, tentar encontrar o que preciso, quero
tentar achar uma ferraria.
- Uma ferraria aqui em nosso bairro seria salutar, o que
mais tem nesse lugar são cavalos de todas as espécies.
- Até outro dia!
- Até!
5 – To chegando, to chegando, creio que você não tem o que
preciso, deixa-me olhar.
É não tem mesmo, tchau.
- Tchau.
- Chefia! Chefia! O que o cara queria?
- Não sei jaca, não sei o cara não falou!!!!
O quê foi?
O por quê das canjicas abertas parecendo a gaita do Gonzada,
achou graça?
Não estou achando graça nenhuma, apenas, uma quizumbada sem
fim,
Amanhã, sem falta, vou colocar o segmento de minha megaloja
(21m2) no muro, pois não suporto mais esta situação, isto é dose para mamute.
Chega e chega.
Abraços do
Catarina Paranaense, ainda, sem segmento.