domingo, 13 de setembro de 2020

ADEUS MINHA IRMÃ QUERIDA

 

A humanidade está triste, devida à pandemia reinante em todo o globo.

Na minha ótica, nada mais é, do que Deus advertindo o povo pelos meios sinuosos que estão tomando, em todos os sentidos. Com Deus não se brinca.

Agora, se você acha que se trata de uma doença que virá e passará nada mais, o problema é seu, é tanto que Deus proporciona a todos o livre-arbítrio, Não é por causa de seu modo de pensar, que às coisas não acontecerão.

Diante de tal tristeza, ainda, nossa família foi acometida com mais uma tristeza profunda, ou seja, a morte de minha irmã querida que  nos deixou no dia 09-09-2020.

Não sou contra os motivos que Deus recolheu minha irmã, contudo, sou humano e, como humano sinto a falta de um ente querido.

Éramos seis, um membro de nossa família foi recolhido, ainda quando crianças ficaram em cinco. Cinco pessoas pobres mais unidas, coesas, vivendo em paz absoluta, com a Graça do Nosso Poderoso Deus.

Com ausência de minha irmã querida, passou pela minha cabeça, os tempos gloriosos, de nossa infância, na Rua Alberto Werner, em Itajaí – Santa Catarina, pois, somos oriundos daquela bonita cidade, com muito orgulho.

Provavelmente, a casa mais simples da rua, mas, a felicidade imperava dentro  e fora da mesma, Ao lado de nossa casa de madeira, alugada, tinha um campo verde, ali passávamos o maior tempo de nosso lazer, soltando pandorga, brincando com bolinhas de vidros, meu irmão inventava um circo, com lençóis velhos de minha saudosa e querida mãe e minha irmã, dentro de sua inocência, corria atrás das pandorgas; uma alegria sem fim.

Que tempo precioso, que tempo que não volta mais, contudo, um verdadeiro paraíso.

Nossa casinha, pintada de amarelo, janelas e portas feitas de madeiras brutas, todavia, para nós um verdadeiro palácio.

O tempo foi passando, a situação piorando para meus saudosos pais, como tinha um tio que era gerente numa grande fiação, em Serra Alta, Município de São Bento do Sul – SC; o mesmo propôs uma vaga para meu saudoso pai, o qual, prontamente, aceitou, deixando eu, o filho mais velho, porém, ainda criança, na casa de meus avós maternos, em Itajaí-SC.

Após dois anos, fui chamado para Serra Alta, junto com meus saudosos pais e irmãos. Um lugar pequeno, sendo que tudo girava em torno da Fiação. Ali imperava o silêncio, a tranquilidade e um bom lugar para se viver.

Meus pais trabalhavam na fiação, a minha saudosa mãe no horário das 13h30m às 21h, creio esse o horário e, meu saudoso pai, das 21h às 5h da manhã seguinte.

Em casa, um sobrado enorme, paredes em meia com outra família ficavam eu, meu irmão e minha querida irmã.

Nossa única diversão era aos domingos, ir até os campos juntar pinhão, ETA coisa boa, e às 16h30m, esperar, na estação ferroviária, o trem vindo da cidade dos príncipes, Joinville-SC.

Serra Alta distanciava da cidade de São Bento do Sul, 4 km; ir à referida cidade, também, era um bom passeio, principalmente, passear pela serra, observando as belezas naturais.

O tempo foi passando, como meu saudoso pai, tinha terminado o curso de radiotelegrafista, tentou um concurso no Segundo Batalhão Ferroviário de Rio Negro-PR; foi admitido e transferido para Campo do Areão, um lugarejo longe, perto da cidade Lages-SC.

Lá fomos nós de mala e cuia. Um lugarejo sem nada, praticamente falando, apenas, o quartel do Exército.

No começo foi um sufoco nada a fazer, meu pai radiotelegrafista e minha saudosa mãe empregou-se na casa dos hóspedes, como cozinheira. Casa dos hóspedes, nada mais era do que um alojamento para os milicos em trânsito; minha saudosa mãe era cozinheira; uma cozinheira de mão cheia.

Em casa, eu com m/m 13 anos, meu saudoso irmão com m/m 10 anos, minha Irma querida, agora saudosa, com m/m 6 aninhos.

A casa, comida, e o escambau, por nossa conta, contudo, levávamos a vida como crianças normais e felizes.

Um mundo sem qualquer finalidade, pois, o Exército embrenhava-se pela mata, abrindo estrada, para passar os trilhos e o radiotelegrafista tinha que ir à frente, avisando seu comando, na sede em Rio Negro, a situação absoluta.

Meu saudoso pai, com bom emprego, minha saudosa mãe, também, empregada, contudo, seus filhos a ver navios.

Nosso divertimento, caçar, soltar pandorgas, brincar no terreno e nada mais.

Aos domingos, acompanhávamos nosso pai, ao mato, com um carrinho de mão, apanhar nó de pinho, para sustentação do fogão à lenha.

Lá conhecemos bugres, índios, a famosa neve, o tatu-boi e cemitério de escravos.

Meu saudoso pai, vendo a situação de seus filhos, sem qualquer tipo de futuros, jogou tudo para o alto, solicitou a demissão, junto com a nossa saudosa mãe, e sem qualquer tipo de conhecimento, seguiu viagem, junto com a família, para a capital dos paranaenses, a bela cidade de Curitiba-Pr. Com apenas um endereço no bolso, ou seja, endereço de sua cunhada, irmã de minha saudosa mãe, na Rua Guabirotuba, 247 – bairro Prado Velho.

Primeiramente, sorte, por minha saudosa tia, ainda morar no local, depois, um choque para minha saudosa tia, receber uma família, de mala e cuia, para morar com a mesma, sem qualquer tipo de aviso.

Uma atitude corajosa de meu saudoso pai, ou melhor, uma aventura arrisacada.

O começo em Curitiba foi desastroso, sem conhecer, absolutamente nada, sem emprego e quase sem dinheiro,

Começamos a remar, conseguimos empregos para mim e meu saudoso irmão, depois, para meu saudoso pai.

Depois de algum tempo, morando com minha saudosa tia, conseguimos, nos fundos de uma casa, uma meia-água; alugamos e fizemos uma festa, comemorando a nossa independência total e absoluta.

Ver a nossa saudosa mãe cozinhando num fogão totalmente seu, uma vitória incalculável.

Chegamos à capital dos paranaenses em 12 de setembro de 1957.

O tempo foi passando, moramos na Rua Guabirotuba, Rua Francisco Nunes, Rua Imaculada Conceição, Avenida Marginal, sempre no Prado Velho.

Depois fomos morar no Boqueirão e ultimamente no Bairro Hauer.

Eu casei, meu saudoso irmão casou e por última minha saudosa e irmã querida casou.

Formamos família.

Minha esposa querida gerou dois filhos e uma filha, bênção de Deus, surgindo duas noras e um genro, bênçãos de Deus, gerando dois netos e uma neta, maravilha de Deus.

Meu saudoso irmão; sua esposa gerou dois filhos e uma filha, bênçãos de Deus, gerando netos e netas, verdadeiras benção Divinas.

Minha saudosa irmã querida, junta com o saudoso cunhado, porém, mais amigo do que cunhado, geraram dois filhos e uma filha, tesouros do céu.

Tivemos exemplos de nossos saudosos pais, cuja receita para família era: viver em união, respeito e honestidade e, assim, foi aplicado.

A vida foi passando, perdemos nosso pai, depois nossa mãe.

A morte não nos largou, levou meu irmão querido, ficando sua família acéfala, pois, meu saudoso irmão era o esteio da família; uma perda desastrosa.

Da minha irmã querida, levou sua filha de 18 anos de idade e depois, seu marido, meu cunhado e amigão do peito. Um homem de postura, bom marido, bom pai e excelente avô. Uma retirada para estraçalhar qualquer família; até hoje, sua falta é notória.

Com a retirada de minha saudosa sobrinha de 18 anos e meu cunhado e amigo, minha irmã querida, sentiu suas estruturas sentimentais serem abaladas. Um baque desastroso, pior do que o resultado de uma bomba atômica.

Mesmo tentando ser forte, minha irmã querida, começou a perder para luta de ansiedade e suas consequências. Uma luta de m/m 11 anos. Perdeu a vontade de viver, esse o ponto fundamental da vida de minha irmã querida.

No dia 09-09-2020, não suportando mais o desespero, veio a falecer. Estamos todos sem chão, uma falta difícil de aceitar, uma avalanche em todos nós, principalmente para seus filhos, netos e neta.

Deixa uma família coesa, unida, exemplar, composta de dois maravilhosos e abençoados filhos, duas noras exemplares e dois netos e uma neta, representantes de Deus na terra,.

Minha irmã querida não tenho palavras para cobrir sua falta, mesmo procurando ser forte, me sinto fraco, só me resta a lamentar.

Não teremos mais você para os bons papos, via telefone, seus emails, gostosas pizzas, quando de visita em seu lar, é triste, é muito triste.

Resta-me, ou melhor, para toda a minha família, a extensão familiar que você e seu esposo, meu cunhado e amigão, pois, mesmo morto, sempre será, devido o exemplo que vocês deixaram para todos nós, seus filhos, netos e neta, exemplos de pessoas que merecem serem citadas como bom exemplo de vida, lições que os mesmos receberam de você e seu esposo.

Não é por ser minha irmã e meu cunhado, sempre defenderei vocês e sua família, pessoas de bens e merecem ser lembradas para sempre.

Quero deixar para meus sobrinhos e seus filhos, filha, queridos, o que está escrito em João16; 33:

Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

Meus sobrinhos e filhos e filha queridos, vocês terão na vida eterna o consolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelos filhos, netos e neta exemplares que estão demonstrando que tenho orgulho de dizer que vocês são nossos parentes.

Que Deus esteja sempre com Suas Mãos Poderosas sobre vocês e, como vocês são exemplos de vida, Deus jamais se esquecerá dessas vidas valiosas.

Minha irmã querida, você nos deixou; na sua partida ficou uma lacuna difícil de ser preenchida, todavia, o que nos resta de bom é que sabemos que, devido sua lição de vida, aqui na terra, você está na antissala de Deus, esperando que O Mesmo saia De Seu Santuário e faça o seguinte convite: Minha filha querida ENTRE NO GOZO DO SEU SENHOR. Aleluia, Glória ao Nosso Poderoso Deus.

Uma dedicatória de Osvanir, Áurea e Família a Família de minha irmã querida.