Crise, crise e crise, a situação do momento.
Tal situação entrou no éter e adentrou em todos os lares
brasileiros.
Bem entendido, nos lares de trabalhadores e trabalhadoras,
gente que sua a camisa, para levar o sustento diário para suas casas.
Ah! Não se deve falar em crises, pois, desgraça chama desgraça.
Não concordo, o trabalhador tem que falar bem alto “CRISE”,
para os bacanas se conscientizarem que ninguém está satisfeito com o panorama
atual.
Não estão conseguindo colocar o nosso querido Brasil nos
trilhos.
Nos trilhos do emprego, da confiança, da fartura, da
produção, do progresso, da educação, da prosperidade e da tranquilidade entre
todos os brasileiros.
Atualmente, no “Brasil fora dos trilhos”, ninguém está tranquilo,
quem está desempregado, tem dificuldades de arrumar um novo emprego, quem está
empregado, vive intranquilo, com dúvidas, quanto a sua permanência no emprego.
A falência, a insegurança, a falta de produtividade, a
escassez de dinheiro, a inadimplência, o grande número de pessoas no Serasa, a
falta de moradia, a pobreza berrante, o grande número de pedintes nas ruas, os
que vivem na informalidade, por falta de outros meios, é o que se nota no
presente.
Não faz muito tempo, eram notórios, nas ruas, jardineiros,
pequenos construtores, pedreiros, carpinteiros e outros, sendo até difícil
conseguir tais mãos de obras.
Hoje, não se vê esta situação, os mesmos sumiram do mercado.
Por quê sumiram? O povo não tem dinheiro para mandar efetuar suas reformas e
conservações, infelizmente.
Muitos que contratavam jardineiros para seus jardins,
atualmente, compraram máquinas e aparadores de grama, para eles mesmos,
executarem o serviço.
Uma boa parcela da população vive com o salário mínimo, R$
788,00, o qual não é reajustado mensalmente, e sim, anualmente.
Agora às despesas fixas e variáveis, vivem sofrendo
reajustes; aí, é lógico, a conta não fecha, em hipótese alguma.
Tomo-me mesmo como exemplo: pertenço à classe “D”, com um pé
já na classe “E”.
Minhas contas fixas, na ordem, antes e depois:
Luz = R$ 177,64
= R$ 289,81 = Aumento de 63,14%
Água R$ 60,l6
= R$ 90,39 = Aumento de 50,25%
Telefone 54,00 = R$
54,00 = Está se mantendo, porém,
fala baixo.
Total atual........... = R$
434,20.
Despesas fixas, em relação ao salário mínimo = 55,10%,
sobram R$ 353,80.
A sobra será para comprar: alimentos, vestuários e outros.
Conclusão: cada vez mais menos dinheiro no bolso do
trabalhador, que tem de entender de malabarismo, para poder sobreviver.
Uma perguntinha capciosa: O reajuste do salário mínimo sofre
os mesmos percentuais no que tange luz e água, sem contar outros itens?
E quantos aos aposentados? Pergunta para alguém que você conhece
já aposentado, se o mesmo recebe o mesmo valor, em relação ao início da
aposentadoria.
A resposta será: é claro que não, sofremos depreciação, é
mole? Onde estão os direitos adquiridos?
Será que todos os aposentados, sem exceção, sofrem
depreciação? Responda que sim, responda que sim, “me engana que eu gosto, me
engana que eu gosto.”
Nunca aceitarei tal tipo de sacanagem com o trabalhador; um
verdadeiro absurdo.
Ainda tem mais um agravante, ou uma agravante, como queiram:
dentre o grande número de empregados que estão sendo demitidos, por falta de
caixa nas empresas, muitos terão dificuldades de conseguir novo trabalho,
principalmente, aqueles que já passaram dos 45 anos de idade.
Infelizmente, em nosso país, o fator idade, prevalece, em
relação à experiência profissional.
A pessoa pode ter um embasamento técnico apurado, mas, tem certa
idade, vira museu, arquivo morto; uma ótica totalmente distorcida, no meu ponto
de vista.
Quando nos meus 55 anos de idade, me candidatei a certa
vaga, numa empresa de porte, Fui chamado para a devida entrevista, porém,
quando o gerente de recursos humanos atentou para a minha idade, justificou-se
da seguinte maneira: se eu admitir você, eu serei demitido, infelizmente.
Entregou-me o currículo e não deu em nada.
Tal entrevista está fazendo 18 anos; eu estou aqui,
caminhando 6 km, todos os dias, com a saúde muito boa, graças a Deus. Agora, o
cara que me entrevistou, não tenho a menor ideia.
Uma pergunta no ar: você enxerga alguma luz no fundo do
poço?
Um abraço do
Catarina Paranaense – com o pé na classe “E”, é mole?