Antes de iniciar o referido blog, propriamente dito, quero
fazer algumas considerações para o mundo futuro.
- Gostaria de contar com a colaboração de todos, no sentido
de anunciar ao mundo que eu, o degas, não estou bem, ou melhor, não estou nada
bem.
Olhinho direito operado, rasgado, costurado, lacrimejado, roxo
e bombardeado, é mole?
Segundo o médico, não posso olhar para baixo, para cima,
para os lados, não posso tentar encostar a língua na ponta do nariz, não posso
pentear o bigode, não posso escovar as sobrancelhas e cílios, não posso falar
muito alto, não posso roncar e o escambau.
Não posso aplicar a terapia do grito, para maneirar a
situação; então só me resta descarregar a atenção acentuada, na minha máquina
de escrever (datilografia), marca Olivetti – Studio 45, made in México.
Primeiro passo tirar a mesma da sacola de plástico, com
muito cuidado.
Agora, as normas preliminares, ou seja: tabular, acertar os
espaços desejáveis, escolher a cor preferida, no que tange a fita, cuja opção
da cor pode ser preta ou vermelha.
Em situações esporádicas ou quando requer a necessidade,
trocar a fita, coisa de louco, você suja às mãos, contudo é gratificante, além
de usar o limpa tipo; aquela borracha, parecendo chicletes; você suja mais às
mãos do que, propriamente, o limpa tipo, todavia, compensatório.
Certo dia, eu, o degas, estava trabalhando com a mesma,
quando chegaram um senhor de idade avançada, mais um garotão de m/m 12 anos
idade. Quando os pés na cova viu a máquina de escrever, ele simplesmente
delirou, ficou tão alegre, que senti que o mesmo ia baquear. Olhou para o
garotão, mastigando chicletes e cheio de piercing pela cara, e perguntou-lhe:
Você conhece esta máquina? O garotão, com cara de enjoado, respondeu: Nunca vi
este trem em minha vida! O idoso respondeu: Pois com esta máquina, sustentei,
por muitos anos, a minha família, que você faz parte.
O senhor passou a mão por cima da máquina, passou a mão na
minha cabeça e se mandaram.
A máquina de escrever parece ter um lado humano positivo,
pois, só trás prazer, satisfação e bem estar ao usuário, diferente do computador
que apresenta 10% de positividade, e 90% de lixo contaminando. Entendeu a
mensagem?
Se você não gosta de máquina de datilografia, o problema é
seu; eu amo a minha Olivetti e descarrego toda minha tensão, quando estou
nervoso; portanto, não me venha com churumelas.
Agora, sim, entrarei no assunto, propriamente dito, o
blá-blá-blá, chamado blog.
Venho por intermédio deste blog, fax, email, revista,
jornal, comunicação interna, comunicação externa, memorandum, telefone,
caixinha de fósforo com fio para comunicação, tambor e o escambau, para
cientificar-lhes que passei por uma cirurgia, no meu OLHINHO DIREITO, no dia
20-04-2017, às 7 horas da matina.
Descascarei o camarão, quanto todo o procedimento da devida
cirurgia.
Primeiramente, por ordem médica, apresentação no hospital de
olhos, as sete da matina. “Cheguei lá 6 horas e fiquei irritado, pois, não
encontrei fila alguma, apenas um” pés na cova”, na minha frente.
Iniciado o expediente, veio à rotina burocrática, ou seja,
preenchimento de fichas, perguntas babacas e afins.
Agora, fomos conduzidos para primeira sala, já de olho na
cirurgia. Nesta sala foram recolhidos os dados, no que tange pressão arterial e
batimento cardíaco.
Segunda sala: protetores de sapatos, gorro e tipo de um avental;
todos brancos.
Terceira sala: Fomos colocados em macas, deitados, com mãos
postas.
Fiquei numa maca junto à parede, o que me aliviou bastante,
pois, gosto de encosto.
Olhei para minha esquerda e notei um campo visual nada
animador, parecendo uma sala do IML.
O meu vizinho de maca olhou para mim e falou: Não parece uma
sala de cadáveres? E perguntou-me: Tenho aspecto de cadáver?
- Respondi: Não, em hipótese alguma, você já superou essa
fase, você está com aspecto de esqueleto humano ressecado.
- O vizinho, puto da cara, respondeu: Se eu sou um
esqueleto, você está parecendo um bode velho sarnento.
- Pensei comigo: Bode velho sarnento? O que ele quis diz com
isso?
Lembrei-me do língua na boca, perito em decifrar apelidos
ou,,,,,,,,,
Vou ligar para o língua na boca.
Alô, alô, quero falar com o língua na boca.
- Pois não, é o próprio.
- Língua, é o Catarina, necessito de explicações, é
possível?
- Vamos lá!
- O que venha ser, a expressão: Bode velho sarnento?
- Nada mais, do que um sujeito no buraco da vida, no lixo,
numa pior, além de tudo, com sarna. Um elemento jogado no lamaçal da vida.
- Valeu língua, muito obrigado.
- Agora mesmo, darei o troco para o vizinho atrevido da
maca, sintam o bafafá: Eu não sou bode velho sarnento, eu sou o cordeirinho do
papai, e o carneirinho da mamãe; codina munitina, coisa de louco.
Chefia! Chefia! Estás escorregando mais do que sabão;
olhinho, cordeirinho, carneirinho!
Jaca! Meu caro Jaca! Você me obriga acordar, por mais uma
vez, o meu colega dos tempos escolares, “Pilatos”.
Lembro-me muito bem de Pilatos, após qualquer exercício
físico, ele só queria lavar as mãos, e nada mais, sempre com aquele velho
costume: “Lavar as mãos”. Então, permissão para usar sua célebre frase: “O que escrevi
escrevi.”
Veio uma enfermeira e perguntou-me: O senhor está bem, algum
problema?
- Não minha senhora, apenas, pensando muito alto, num local
que exige silêncio; desculpa.
Para complicar a minha situação, tenho uma tosse inimiga,
que só aparece quando o recinto exige silêncio absoluto e total.
Lá veio a tosse ingrata.
Não demorou chegou uma senhora toda de branco, e foi se
apresentado: Prazer! Sou a doutora SoFIA!
- Prazer! Sou o paciente SoPAI!
- Essa sua tosse e contínua ou não?
- Não senhora, ela aparece quando penso em minhas
duplicatas.
- Há meios de cessá-la?
- Sim senhora, tenho que criar um pagamento agora; então,
vamos supor que eu sou devedor e preciso quitar este débito.
Tenho aqui R$ 0,50 e vou falar bem alto, que estou lhe
pagando o referido valor da moeda, OK?
- OK?
- Doutora, apanhe este R$ 0,50, correspondente à dívida com
a senhora.
- Tudo bem, tudo quitado.
- A senhora notou? Cessou a tosse.
- Agora, o senhor fica quietinho, pois vou aplicar a
anestesia, e o senhor vai passar por um leve soninho, tudo bem?
- Tudo bem doutora, apenas, após o soninho, já liberado da
cirurgia, não se esqueça de devolver a moeda. OK.
- OK, devolverei sim senhor!
Já na sala de recuperação, com a moeda no bolso, pois, foi à
primeira coisa que chequei e com um tampão no olhinho, minha mulher ouviu as
recomendações e fui liberado.
No próximo dia, teria que me apresentar no hospital, para
devida avaliação da cirurgia, mas, como dia 21 foi feriado, ficou para o dia 22
de abril de 2017.
A minha consulta foi marcado para o dia 22, às 7 horas da
matina, porém, cheguei ao hospital às 6 horas. Fiquei novamente irritado, pois
não encontrei fila, apenas dois pacientes na minha frente.
Às 7 horas os portões foram abertos e entrei. Primeiro apresentação
na portaria, checagem de documentos e afins; logo em seguida, fui para a sala
de espera médica.
Não demorou quase nada, cheguei às 7 horas e fui atendido às
9h30m.
Na chamada médica, primeiramente, aquela baboseira de
sempre, bom dia de cá, bom dia de lá e afins.
- Coloca o queixo neste ferro e olha para minha orelha
direita.
- Doutor! Posso fazer uma pergunta?
- Faça.
- Esta orelha é artificial, que vocês usam para o paciente
olhar, ou é natural?
- É claro que é natural algum problema com a minha orelha?
- Nenhum doutor, apenas, meus cumprimentos pela bela concha
acústica, a natureza caprichou na mesma; está parecendo orelha de mamute, meus
parabéns.
- Até aqui, tudo bem, você deverá voltar dia 24-05-2017,
para saber se deverá usar óculos ou
não.
- Até logo e muito obrigado.
Maiores novidades aguardem até 25 de Maio.
Abraços do
Catarina Paranaense.
PS. Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
todas.