sábado, 29 de abril de 2017

"OLHINHO DIREITO."



Antes de iniciar o referido blog, propriamente dito, quero fazer algumas considerações para o mundo futuro.
- Gostaria de contar com a colaboração de todos, no sentido de anunciar ao mundo que eu, o degas, não estou bem, ou melhor, não estou nada bem.
Olhinho direito operado, rasgado, costurado, lacrimejado, roxo e bombardeado, é mole?
Segundo o médico, não posso olhar para baixo, para cima, para os lados, não posso tentar encostar a língua na ponta do nariz, não posso pentear o bigode, não posso escovar as sobrancelhas e cílios, não posso falar muito alto, não posso roncar e o escambau.
Não posso aplicar a terapia do grito, para maneirar a situação; então só me resta descarregar a atenção acentuada, na minha máquina de escrever (datilografia), marca Olivetti – Studio 45, made in México.
Primeiro passo tirar a mesma da sacola de plástico, com muito cuidado.
Agora, as normas preliminares, ou seja: tabular, acertar os espaços desejáveis, escolher a cor preferida, no que tange a fita, cuja opção da cor pode ser preta ou vermelha.
Em situações esporádicas ou quando requer a necessidade, trocar a fita, coisa de louco, você suja às mãos, contudo é gratificante, além de usar o limpa tipo; aquela borracha, parecendo chicletes; você suja mais às mãos do que, propriamente, o limpa tipo, todavia, compensatório.
Certo dia, eu, o degas, estava trabalhando com a mesma, quando chegaram um senhor de idade avançada, mais um garotão de m/m 12 anos idade. Quando os pés na cova viu a máquina de escrever, ele simplesmente delirou, ficou tão alegre, que senti que o mesmo ia baquear. Olhou para o garotão, mastigando chicletes e cheio de piercing pela cara, e perguntou-lhe: Você conhece esta máquina? O garotão, com cara de enjoado, respondeu: Nunca vi este trem em minha vida! O idoso respondeu: Pois com esta máquina, sustentei, por muitos anos, a minha família, que você faz parte.
O senhor passou a mão por cima da máquina, passou a mão na minha cabeça e se mandaram.
A máquina de escrever parece ter um lado humano positivo, pois, só trás prazer, satisfação e bem estar ao usuário, diferente do computador que apresenta 10% de positividade, e 90% de lixo contaminando. Entendeu a mensagem?
Se você não gosta de máquina de datilografia, o problema é seu; eu amo a minha Olivetti e descarrego toda minha tensão, quando estou nervoso; portanto, não me venha com churumelas.
Agora, sim, entrarei no assunto, propriamente dito, o blá-blá-blá, chamado blog.
Venho por intermédio deste blog, fax, email, revista, jornal, comunicação interna, comunicação externa, memorandum, telefone, caixinha de fósforo com fio para comunicação, tambor e o escambau, para cientificar-lhes que passei por uma cirurgia, no meu OLHINHO DIREITO, no dia 20-04-2017, às 7 horas da matina.
Descascarei o camarão, quanto todo o procedimento da devida cirurgia.
Primeiramente, por ordem médica, apresentação no hospital de olhos, as sete da matina. “Cheguei lá 6 horas e fiquei irritado, pois, não encontrei fila alguma, apenas um” pés na cova”, na minha frente.
Iniciado o expediente, veio à rotina burocrática, ou seja, preenchimento de fichas, perguntas babacas e afins.
Agora, fomos conduzidos para primeira sala, já de olho na cirurgia. Nesta sala foram recolhidos os dados, no que tange pressão arterial e batimento cardíaco.
Segunda sala: protetores de sapatos, gorro e tipo de um avental; todos brancos.
Terceira sala: Fomos colocados em macas, deitados, com mãos postas.
Fiquei numa maca junto à parede, o que me aliviou bastante, pois, gosto de encosto.
Olhei para minha esquerda e notei um campo visual nada animador, parecendo uma sala do IML.
O meu vizinho de maca olhou para mim e falou: Não parece uma sala de cadáveres? E perguntou-me: Tenho aspecto de cadáver?
- Respondi: Não, em hipótese alguma, você já superou essa fase, você está com aspecto de esqueleto humano ressecado.
- O vizinho, puto da cara, respondeu: Se eu sou um esqueleto, você está parecendo um bode velho sarnento.
- Pensei comigo: Bode velho sarnento? O que ele quis diz com isso?
Lembrei-me do língua na boca, perito em decifrar apelidos ou,,,,,,,,,
Vou ligar para o língua na boca.
Alô, alô, quero falar com o língua na boca.
- Pois não, é o próprio.
- Língua, é o Catarina, necessito de explicações, é possível?
- Vamos lá!
- O que venha ser, a expressão: Bode velho sarnento?
- Nada mais, do que um sujeito no buraco da vida, no lixo, numa pior, além de tudo, com sarna. Um elemento jogado no lamaçal da vida.
- Valeu língua, muito obrigado.
- Agora mesmo, darei o troco para o vizinho atrevido da maca, sintam o bafafá: Eu não sou bode velho sarnento, eu sou o cordeirinho do papai, e o carneirinho da mamãe; codina munitina, coisa de louco.
Chefia! Chefia! Estás escorregando mais do que sabão; olhinho, cordeirinho, carneirinho!
Jaca! Meu caro Jaca! Você me obriga acordar, por mais uma vez, o meu colega dos tempos escolares, “Pilatos”.
Lembro-me muito bem de Pilatos, após qualquer exercício físico, ele só queria lavar as mãos, e nada mais, sempre com aquele velho costume: “Lavar as mãos”. Então, permissão para usar sua célebre frase: “O que escrevi escrevi.”
Veio uma enfermeira e perguntou-me: O senhor está bem, algum problema?
- Não minha senhora, apenas, pensando muito alto, num local que exige silêncio; desculpa.
Para complicar a minha situação, tenho uma tosse inimiga, que só aparece quando o recinto exige silêncio absoluto e total.
Lá veio a tosse ingrata.
Não demorou chegou uma senhora toda de branco, e foi se apresentado: Prazer! Sou a doutora SoFIA!
- Prazer! Sou o paciente SoPAI!
- Essa sua tosse e contínua ou não?
- Não senhora, ela aparece quando penso em minhas duplicatas.
- Há meios de cessá-la?
- Sim senhora, tenho que criar um pagamento agora; então, vamos supor que eu sou devedor e preciso quitar este débito.
Tenho aqui R$ 0,50 e vou falar bem alto, que estou lhe pagando o referido valor da moeda, OK?
- OK?
- Doutora, apanhe este R$ 0,50, correspondente à dívida com a senhora.
- Tudo bem, tudo quitado.
- A senhora notou? Cessou a tosse.
- Agora, o senhor fica quietinho, pois vou aplicar a anestesia, e o senhor vai passar por um leve soninho, tudo bem?
- Tudo bem doutora, apenas, após o soninho, já liberado da cirurgia, não se esqueça de devolver a moeda. OK.
- OK, devolverei sim senhor!
Já na sala de recuperação, com a moeda no bolso, pois, foi à primeira coisa que chequei e com um tampão no olhinho, minha mulher ouviu as recomendações e fui liberado.
No próximo dia, teria que me apresentar no hospital, para devida avaliação da cirurgia, mas, como dia 21 foi feriado, ficou para o dia 22 de abril de 2017.
A minha consulta foi marcado para o dia 22, às 7 horas da matina, porém, cheguei ao hospital às 6 horas. Fiquei novamente irritado, pois não encontrei fila, apenas dois pacientes na minha frente.
Às 7 horas os portões foram abertos e entrei. Primeiro apresentação na portaria, checagem de documentos e afins; logo em seguida, fui para a sala de espera médica.
Não demorou quase nada, cheguei às 7 horas e fui atendido às 9h30m.
Na chamada médica, primeiramente, aquela baboseira de sempre, bom dia de cá, bom dia de lá e afins.
- Coloca o queixo neste ferro e olha para minha orelha direita.
- Doutor! Posso fazer uma pergunta?
- Faça.
- Esta orelha é artificial, que vocês usam para o paciente olhar, ou é natural?
- É claro que é natural algum problema com a minha orelha?
- Nenhum doutor, apenas, meus cumprimentos pela bela concha acústica, a natureza caprichou na mesma; está parecendo orelha de mamute, meus parabéns.
- Até aqui, tudo bem, você deverá voltar dia 24-05-2017, para saber se deverá usar óculos ou
 não.
- Até logo e muito obrigado.
Maiores novidades aguardem até 25 de Maio.
Abraços do
Catarina Paranaense.

PS. Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.






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