Dentro de um ano profundamente negativo, no final do mês de Outubro de 2020, fiz um ato positivo, que se repete por muitos e muitos anos, ou seja, dirigir-me, junto com o meu filho mais moço, para a Colônia Zacarias, no interior da bela cidade de São José dos Pinhais – Paraná, no Cemitério do mesmo nome.
Finalidade = Pintar o túmulo de meu saudoso pai.
Lá me sinto muito bem, pois, não encontro vigaristas, ladrões, assaltantes, fofoqueiros, salteadores, ladrões e o escambau.
Impera o silêncio total e absoluto. O silêncio é tão profundo que é possível ouvir a própria meditação e a pulsação do coração, além de ouvir o barulho da própria natureza.
Quando participo de algumas palestras, seja num culto, numa ocasião especial, é comum o palestrante invocar a lembrança de um ente querido ou coisa semelhante e, com muita preocupação, justificar-se que não é saudosista.
Eu sou saudosista, sim senhor, sim senhora, com muito
orgulho.
Quem se esquece do passado, não pode projetar o seu futuro.
Voltando ao cemitério, apenas, uma vez, senti algo estranho, um barulho esquisito, pois, no descanso de uma demão para secagem, aproveitei a ocasião para analisar o meu extrato bancário, que apanhei no banco, na hora da ida, e quando atentei para o meu saldo, foi possível, sentir o barulho estranho.
Prontamente, guardei o referido extrato no bolso, e a situação voltou ao normal.
Certa ocasião, vendo um erro em meu saldo, apanhei o extrato de meu fax e fui até o banco, solicitar explicações, no que tange tais dúvidas.
Fui dirigido ao gerente de minha conta, coisa que eu ignorava gerente de minha conta?
Chegando à mesa e perante o gravatinha, o mesmo apresentou e perguntou-me o que eu queria? Quando puxei o extrato, via fax, o mesmo caiu numa gargalhada absurda! Então perguntei: Você está vendo algum palhaço na sua frente?
Ele justificou-se e falou-me que fazia muito tempo que não via um papel, principalmente, se tratando de fax!!!!
- Vamos ao que interessa, falou o gravatinha, puxarei o seu saldo. Quando o mesmo atentou para o meu saldo, notei que o seu rosto encheu-se de urticária; imediatamente, o mesmo afrouxou a gravata, olhou para o relógio e solicitou desculpas, no entanto, estava na hora de participar de uma importante reunião, sugerindo que eu voltasse noutro dia.
Nunca mais avistei o gravatinha na minha agência. É mole, ou quer mais!!
Sou um saudosista de carteirinha assinada e carimbada, tenho profunda saudade dos meus entes queridos que se foram, infelizmente.
Quando estou cortando a grama, olho para minha churrasqueira e vem à dita saudade; saudade de meus entes queridos que se foram, principalmente os assadores de carnes e outros alimentos.
Meu irmão, além de um excelente assador, um contador de piada nato; em visita em sua casa, assava de tudo, seja fígado, peixe, galinha carne e o escambau.
Foi embora, saudades eternas.
Meu cunhado, casado com minha irmã, assador de mão cheia, quando de alguma festa em seu lar, abundância total, seja de carne, linguiça e frango, Tinha a paciência de Jó,
Foi embora, saudades eternas.
Outro cunhado, irmão de minha esposa, além de um grande assados de carne, trazia o sorriso em seus lábios, sempre contente com a vida.
Foi embora, saudades eternas.
Outro concunhado, meu amigo, de Joinville, a pesca era o seu lazer extra trabalho, um cara muito legal e prestativo.
Foi embora, saudades eternas.
Minha irmã gostava de um longo bate papo, via telefone, uma pessoa alegre, contudo, com a morte de sua filhinha, minha sobrinha querida, e seu esposo, tornou-se amargurada, infelizmente.
Foi embora, saudades eternas.
A vida é uma caixinha de surpresa, às vezes, trás situações negativas e marcantes, pois, na família dessa minha querida irmã, uma fatalidade sem explicações.
Primeiramente, perdeu a sua filhinha de 18 anos, depois, perdeu o marido e, recentemente, perdeu, também, a vida. Situação difícil de explicar.
Não faz muito tempo, e a morte ceifou os seguintes parentes: meu irmão, dois cunhados, um primo, uma prima-irmã, um concunhado, uma concunhada e recentemente a minha querida irmã.
Devemos esquecer tais pessoas? Claro que não, a ausência das mesmas, cria um vazio profundo e inesquecível, dentro da gente, provocando a queima de algumas luzes de nossas vidas, sem sombras de dúvidas.
Tenho o hábito de definir a estrada da vida, como uma roseira, possui pétalas, o lado bom da vida, contudo, possui espinhos, uma estrada difícil e dolorosa de enfrentar.
Oro a Deus, todos os dias, para consolar os corações dos entes queridos, em relação aos que se foram incluindo eu e a minha família em tais orações.
Somente Deus para consolar e preencher o vazio que fica em relação aos que se foram.
Abraços do
Catarina Paranaense O saudosista de carteirinha carimbada.