sábado, 11 de junho de 2016

"O SACRIFÍCIO SUPREMO."



Nas minhas andanças pelo centro da República de Curitiba, observei a Nossa Bandeira Brasileira, bem lá no alto, imponente, tremulando com galhardia.
Parei e fiquei pensando: Manter Nossa Bandeira lá no alto junto com a nossa liberdade absoluta, teve um preço muito alto.
Tais condições foram vencidas em troca de muito sangue, muitas vidas dizimadas, muitas vidas mutiladas, muitas vidas humilhadas e muitas vidas desaparecidas, além de atos heroicos, tanto de mulheres como homens, que não mediram sacrifícios para a nossa liberdade absoluta.
Venham comigo atentar para mais um ato heroico de uma MULHER CORAJOSA.
Sentada no alpendre de sua casa, D. Maria de Souza aguardava a visita de Henrique Dias. Na frente do velho solar, viam-se as ruínas do engenho, outrora, um dos mais prósperos da região. Fora destruído pelos holandeses,
Enquanto esperava o herói pernambucano, D. Maria pensava no triste destino de sua terra. Havia cinco anos que Pernambuco tinha sido invadido pelos batavos. Apesar da falta de recursos, o povo reagira com valentia e decisão.
Todas as mulheres de Pernambuco tinham contribuído para a defesa da terra natal. Umas tinham oferecido dinheiro e escravos. Outras, trabalho, costurando roupas ou preparando alimentos. Algumas tinham dado seu próprio sangue pelejando ao lado dos soldados. Outras, enfim, tinham oferecido seus filhos para a luta.
Este era o caso de D. Maria de Souza. Seu filho mais velho, ainda rapazola, tinha seguido para Serinhaém, onde se juntara às forças sob o comando de Henrique Dias. Desde então, não tivera qualquer notícia do filho. Por isso, era com emoção, que aguardava a visita do capitão negro, de passagem por sua fazenda. Queria saber o que acontecera a seu rapaz.
Nisso, ouviu passos diante de sua casa. Era Henrique Dias. Seu rosto escuro tinha um ar triste. D. Maria de Souza pressentiu que ia ter uma notícia má. E, cheia de ansiedade, perguntou: Que houve com meu filho, capitão?
Morreu em combate, minha senhora, respondeu o comandante negro.
D. Maria empalideceu. Sentiu um nó na garganta. Sua vista escureceu. Tudo rodopiou à sua volta. Teve vontade de chorar. Mas de seus olhos não saiu uma única lágrima.
Fez um esforço para reagir contra a dor que despedaçava o seu coração. Henrique Dias procurou confortá-la: Bem sei que nada a pode consolar, D. Maria. Mas tenha coragem. Seu filho morreu como um herói. Sua alma está no céu. Breve, estaremos a seu lado. Até lá, vamos ,lutar pela  salvação de Pernambuco!
As palavras do negro reanimaram D. Maria. A calma voltou a seu rosto. Sem nada dizer, fez um gesto para que o visitante esperasse e desapareceu por uma porta. Pouco depois, voltou com um rapazinho de quinze anos. E, encarando Henrique Dias, falou: Nada mais tenho para oferecer a Pernambuco. Já dei todo o meu dinheiro e todos os meus escravos. O engenho está destruído. Meu filho mais velho morreu. Só me restam dois filhos. Este é o único que pode empunhar uma arma. Leve-o para ajudar a defender a nossa terra!
É muito bonito tal gesto, não podemos esquecer jamais dessas MULHERES MARAVILHOSAS EM TODOS OS SENTIDOS.
Abraços do
Catarina Paranaense.


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