Nas minhas andanças pelo centro da República de Curitiba,
observei a Nossa Bandeira Brasileira, bem lá no alto, imponente, tremulando com
galhardia.
Parei e fiquei pensando: Manter Nossa Bandeira lá no alto
junto com a nossa liberdade absoluta, teve um preço muito alto.
Tais condições foram vencidas em troca de muito sangue,
muitas vidas dizimadas, muitas vidas mutiladas, muitas vidas humilhadas e muitas
vidas desaparecidas, além de atos heroicos, tanto de mulheres como homens, que
não mediram sacrifícios para a nossa liberdade absoluta.
Venham comigo atentar para mais um ato heroico de uma MULHER
CORAJOSA.
Sentada no alpendre de sua casa, D. Maria de Souza aguardava
a visita de Henrique Dias. Na frente do velho solar, viam-se as ruínas do
engenho, outrora, um dos mais prósperos da região. Fora destruído pelos
holandeses,
Enquanto esperava o herói pernambucano, D. Maria pensava no
triste destino de sua terra. Havia cinco anos que Pernambuco tinha sido
invadido pelos batavos. Apesar da falta de recursos, o povo reagira com
valentia e decisão.
Todas as mulheres de Pernambuco tinham contribuído para a
defesa da terra natal. Umas tinham oferecido dinheiro e escravos. Outras,
trabalho, costurando roupas ou preparando alimentos. Algumas tinham dado seu próprio
sangue pelejando ao lado dos soldados. Outras, enfim, tinham oferecido seus
filhos para a luta.
Este era o caso de D. Maria de Souza. Seu filho mais velho,
ainda rapazola, tinha seguido para Serinhaém, onde se juntara às forças sob o
comando de Henrique Dias. Desde então, não tivera qualquer notícia do filho.
Por isso, era com emoção, que aguardava a visita do capitão negro, de passagem
por sua fazenda. Queria saber o que acontecera a seu rapaz.
Nisso, ouviu passos diante de sua casa. Era Henrique Dias.
Seu rosto escuro tinha um ar triste. D. Maria de Souza pressentiu que ia ter
uma notícia má. E, cheia de ansiedade, perguntou: Que houve com meu filho,
capitão?
Morreu em combate, minha senhora, respondeu o comandante
negro.
D. Maria empalideceu. Sentiu um nó na garganta. Sua vista
escureceu. Tudo rodopiou à sua volta. Teve vontade de chorar. Mas de seus olhos
não saiu uma única lágrima.
Fez um esforço para reagir contra a dor que despedaçava o
seu coração. Henrique Dias procurou confortá-la: Bem sei que nada a pode
consolar, D. Maria. Mas tenha coragem. Seu filho morreu como um herói. Sua alma
está no céu. Breve, estaremos a seu lado. Até lá, vamos ,lutar pela salvação de Pernambuco!
As palavras do negro reanimaram D. Maria. A calma voltou a
seu rosto. Sem nada dizer, fez um gesto para que o visitante esperasse e
desapareceu por uma porta. Pouco depois, voltou com um rapazinho de quinze
anos. E, encarando Henrique Dias, falou: Nada mais tenho para oferecer a
Pernambuco. Já dei todo o meu dinheiro e todos os meus escravos. O engenho está
destruído. Meu filho mais velho morreu. Só me restam dois filhos. Este é o
único que pode empunhar uma arma. Leve-o para ajudar a defender a nossa terra!
É muito bonito tal gesto, não podemos esquecer jamais dessas
MULHERES MARAVILHOSAS EM TODOS OS SENTIDOS.
Abraços do
Catarina Paranaense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário