sexta-feira, 3 de junho de 2016

"A HEROÍNA DO SUL."



Já falei da Mulher Soldado, uma baiana com muita fibra.
Já falei das Defensoras de Tejucupapo, pernambucanas determinadas.
Agora falarei de uma Catarinense arrojada, A Heroína do Sul.
Venham comigo.
Ana Maria de Jesus Ribeiro nasceu na vila de Morrinhos, no Estado de Santa Catarina, no ano de 1821. Casou-se aos 21 anos, com o patriota italiano José Garibaldi, o qual, juntamente com Bento Gonçalves e David Canabarro, tomou parte na Guerra dos Farrapos, revolução que, durante dez anos, ensanguentou o solo do Rio Grande do Sul.
Garibaldi percorria as costas de Santa Catarina, comandando alguns navios armados, quando ancorou no porto de Laguna. Nesse lugar conheceu Ana Maria ou Anita, moça formosa, alegre e destemida, exímia cavaleira, por quem se apaixonou. Garibaldi levou Anita em sua companhia, casando-se com ela.
Daí por diante, a jovem catarinense tomou parte em números combates, no mar e na terra, ao lado de seu marido.
Desempenhou com êxito, muitas missões perigosas, afrontando, sem temor as balas inimigas. Numa batalha naval contra as forças imperiais, foi ferida, a bordo do “Rio Pardo.” Mas continuou lutando com indomável valentia. E ainda ajudou o marido à por fogo nos navios abandonados.
Na ocasião em que os revolucionários se retiraram para Lages, Anita Garibaldi lutou de espada em punho. Tendo sido morto o cavalo em que montava, com o chapéu varado por uma bala, ela saiu prisioneira do inimigo. Mas, dias depois, conseguiu fugir, viajando sozinha pelo sertão, até encontrar Garibaldi.
Nas margens do Capivari nasceu-lhe o primeiro filho, que carregou ao colo durante a retirada dos “farrapos” para Vacaria, no Rio grande do Sul. Anita Garibaldi teve então de suportar, por muitos dias, os horrores do frio, da chuva e da falta de alimentos, Perdidas as esperanças da vitória das forças farroupilhas, e solicitado pelos uruguaios, Garibaldi aliou-se aos que combatiam o caudilho Oribe. Em sua companhia seguiu Anita, sempre lutando ao lado de seu esposo.
Em 1847, Anita partiu para a Itália, em companhia de três filhos, para se juntar a Garibaldi que lá se encontrava. Um ano depois, as populações italianas revoltaram-se contra os austríacos, que as dominavam, vencendo-os em Lombardia.
Foi então proclamada à República de Roma, chefiada por Mazzini e defendida por Garibaldi. O rei de Nápoles e a rainha de Espanha enviaram tropas contra os republicanos, mas estes, sob o comando de Garibaldi, saíram vitoriosos. Os franceses também atacaram os italianos, mas foram derrotados por Garibaldi.
Em todas essas lutas, Anita teve um papel saliente, combatendo, de armas na mão, junto do seu marido. Com a cabeça posta a prêmio, Garibaldi quis colocar a esposa sob a proteção da República de S. Marino. Mas Anita recusou e o marido teve de transportá-la até Ravena, através de uma região deserta e pantanosa. Gravemente enferma devorada peça febre, pela fome e pela sede, Anita era quase um cadáver. Depois de mil peripécias, Garibaldi conseguiu levá-la para uma casa escondida na floresta, aonde veio falecer, poucas horas depois, a extraordinária e intrépida heroína brasileira.
Anita Garibaldi morreu perto de Ravena, na Itália, no dia 4 de agosto de 1849. Pelos seus feitos gloriosos e por sua vida consagrada à defesa da liberdade, foi ela chamada, com razão, a ‘HEROÍNA DOS DOIS MUNDOS.”
Os registros supramencionados, por si só se explicam, não tendo mais nada a declarar.
Abraços do
Catarina Paranaense.


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