Os caras queriam porque queriam a posse das nossas terras,
nossa Pátria e colocar cangas em todos os brasileiros.
Porém, os caras esqueceram que aqui, em nosso BRASIL,
existiam heróis e heroínas, que não mediram esforços, inclusive colocando suas
vidas em perigo, para manter a nossa liberdade para sempre.
Venham comigo assistir mais um banho de sangue, em prol de
nossa liberdade absoluta.
No início de 1822, o Brasil preparava-se para a
Independência.
Depois da resolução do príncipe D. Pedro de não voltar para
Portugal e ficar em sua pátria adotiva, o Brasil entrou numa fase de lutas e
agitações, provocadas pela rivalidade entre brasileiros e portugueses.
Na Bahia havia guerra declarada. As forças armadas eram aí
comandadas por um brasileiro – Manuel Pedro de Freitas Guimarães. Mas a 15 de
fevereiro de 1822, chegou uma carta régia de Portugal nomeando comandante das
tropas o brigadeiro português Inácio Madeira de Melo.
O povo ficou indignado com a decisão do governo. Os ânimos
começaram a exaltar-se cada vez mais. Os brasileiros desejavam a volta ao cargo
do comandante Freitas Guimarães.
A cada momento, surgiam conflitos entre o povo e os soldados
portugueses. Finalmente, estalou a revolução. Era o início da guerra da Independência
na Bahia.
Travam-se combates renhidos entre brasileiros e portugueses.
Mas o brigadeiro Madeira, dispondo de armas abundantes e de maior número de
homens, consegue derrotar os revoltosos. A cidade cai, então, em poder das
tropas lusitanas.
Começam a depredação e o saque. A soldadesca, desfreada, não
respeita nada. Saqueiam casas particulares e armazéns. Assaltam quartéis,
igrejas e repartições públicas. Matam pessoas indefesas, e incendeiam
propriedades. A população fica apavorada e foge para o interior.
Sob o falso pretexto de que tinham sido disparados tiros
dentro do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, os soldados portugueses
investem contra as portas daquele recolhimento. Nessa ocasião, as freiras, sob
as ordens da madre Abadessa Soror Joana Angélica de Jesus, natural da Bahia,
rezavam fervorosamente pela salvação e tranquilidade do povo.
Ao ouvirem os berros dos soldados e seus esforços ruidosos para
derrubarem as portas do convento, acudiram a abadessa Joana Angélica e o padre
Daniel da Silva Lisboa, capelão da igreja. A abadessa empunhava um grande crucifixo
de prata e o capelão apresentava o Santíssimo.
Os soldados portugueses desvairados tinham acabado de pôr
abaixo as portas enormes do convento. A turba enlouquecida parou, por um
instante, ao deparar com as duas figuras respeitáveis. Então, o padre Lisboa,
que era um velhinho de mais de 70 anos, repreendeu a soldadesca, exclamando:
Sacrilégios, que fazeis?! Parai em nome de Deus!”
Mal acabou de falar, um soldado, mais exaltado, deu-lhe um
tremendo golpe na cabeça com a coronha da espingarda. O velho capelão baqueou e
caiu, ensanguentado, aos pés de Soror Angélica.
Diante da cena terrível, a abadessa não recuou. Colocou-se
corajosamente, diante dos soldados portugueses e, erguendo nas mãos, o crucifixo,
gritou com energia: Para trás, bandidos! Respeitai a casa de Deus! Sereis
castigados se profanares este convento!
O mesmo soldado quem abatera o velho capelão avançou
furioso, de baioneta em punho e, com ela, levantou no ar o corpo da freira. O
sangue da mártir caiu sobre a cabeça do assassino e, molhado nesse sangue, o crucifixo
de prata, desprendendo-se das mãos da freira, caiu sobre a nuca do sacrílego,
dando-lhe morte imediata.
Os soldados passaram sobre o cadáver de Soror Angélica e saquearam
o convento. Mas já as outras freiras tinham fugido pelos fundos do prédio,
indo, recolher-se no convento da Soledade. Durante muitos anos, o sangue da
abadessa permaneceu no solo, sem desaparecer. Foi o primeiro sangue que se
derramou na luta que, então, se travara pela Independência do Brasil!
Impressionante, impressionante e impressionante.
Abraços do
Catarina Paranaense.
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