quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"O OUTRO LADO DA MOEDA'.

Desde muito cedo convivi com grupos de pessoas.
Aos 15 anos de idade,já liderava uma equipe de 150 mecânicos,numa Empresa de Grande Porte.
Mais tarde, já em outra Empresa,também expressiva, liderei diversas equipes, com grande número de funcionários.
O que mais me chamou atenção, em toda minha vida profissional,foi o comportamento do ser humano.Seus pontos positivos,negativos, suas reações diversas,convivência com seus colegas de trabalho,com doenças, pressões diante de objetivos a serem atingidos,enfim, tudo que interfere no dia a dia do ser vivente.
Hoje,ainda, aguça esta curiosidade e interesse pelas reações do semelhante.
De dentro de minha loja,fico observando o comportamento das pessoas que transitam pela rua.
Por exemplo, acabou de passar um senhor,vizinho próximo,vindo do supermercado.
Este senhor perdeu uma perna,vive escorado em duas muletas.Um cidadão beirando os seus 50 anos de idade.
Para aumentar,ainda mais, o seu sofrimento,recentemente perdeu sua mulher,vindo a falecer.
Anda cabisbaixo,devagar,sério,sem muitas convicções.
Fico pensando,o que se passa na cabeça desse senhor?Chega em sua casa,dentro do mais absoluto silêncio,querendo,provavelmente,trocar idéias com sua companheira,porém, ela não existe mais.
Não deve ser nada fácil para um ser humano,atravessar seu destino de vida.
Outro conhecido ,acabou de passar por aqui, o mesmo é vizinho do cidadão que perdeu a perna,conforme relato supra mencionado.
Este senhor, já possui mais de 80 anos de idade.
Casado,creio eu, em torno de 50 ou mais anos.Sua esposa,uma senhora extrovertida,alegre, e decidida.
Cedinho,já estava no supermercado,angariando algumas doações,para distribuir às entidades desprovidas de recursos.
Fez um bazar beneficente,em sua casa, na garagem, comercializando roupas usadas,doadas por almas bondosas. Todo dinheiro era dirigido para os necessitados.
De uma hora para outra, essa gentil senhora, com o coração voltado para os pobres, foi agarrada por um tentáculo diabólico,chamado câncer, que a levou para o cemitério.Uma perda irreparável.
Seu marido,agora sozinho, caminha lentamente, chutando os pés,olhando para um horizonte imaginário,longe da realidade.
Um senhor com 80,ou mais, anos de idade,sozinho: chega em sua casa,encontra o vazio absoluto.
O que dizer deste terrível quadro? Nada,absolutamente nada, prefiro,como resposta o silêncio.
Mais próximo de minha residência,tem um vizinho, na faixa de 50 anos de idade.
Sua esposa,uma senhora alta,loira, bonita e advogada.Juntos, começaram a ampliar sua casa,ainda em fase de construção, uma verdadeira mansão.
Essa senhora,desgraçadamente,também, foi alcançada pela garra diabólica,ou seja, o câncer.
Com um longo tratamento,recuperou-se,voltando à vida normal.
Passado alguns tempos, essa famigerada doença ,voltou com muita força,levando a dita senhora a óbito.
Seu marido, agora viúvo,passa por aqui,com passos largos e apressados,sempre em companhia de sua filha,tentando,em parte,compensar a falta da companheira.
Fico analisando,quando o referido vizinho entra na construção de sua mansão,o que deverá passar em sua mente?Lembranças dos bons  momentos,dos sonhos projetados em seu novo lar.Agora,olha para os lados,não encontra mais a sua esposa,transformando,certamente,tais sonhos em verdadeiros tormentos e pesadelos.
Trata-se de mais um caso triste e arrasador.
Registrei,apenas, uma amostragem,sem levar em considerações, pais que perderam filhos e vice versa: e outros casos difíceis de suportar.Exemplificando o caso de minha irmã e seu marido,que perderam uma filha,minha sobrinha, com 18 anos de idade.
Festejou seus 18 anos de idade em março, vindo a falecer no mês seguinte, abril.
Sou casado há 38 anos, amo minha esposa e meus filhos.Como será a separação pela morte?
Prefiro tocar a vida, e não pensar nestas circunstâncias.
Continuo no meu silêncio, observando o comportamento do s seres humanos,incluindo-me no contexto.

Boa Noite, do Catarina Paranaense.









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