"PARECE, MAS É."

Hoje me acordei enjoado, pois passei a mão na minha cara e notei que a referida cara não era a minha.

Perguntei para mim mesmo: de quem é esta cara que está no lugar da minha?

Fui para o banheiro e, olhando para o espelho, levei aquele baque; pois não consegui reconhecer aquela cara no reflexo do espelho.

Fiquei bastante assustado, não sabia definir aquela imagem sem vida, uma verdadeira múmia.

Voltei para o quarto, apanhei minha foto, dos bons tempos; uma fotografia com aquele olhar patriota, um cabelo tombado dentro de uma técnica apurada e outros mais. Aproveitei a oportunidade de apanhar, também, uma foto atual, o que me levou ao desespero, pois aquela foto não seria minha.

Então venho à pergunta: de quem é aquela foto e, como a mesma veio parar na minha casa?

Chamei minha mulher e perguntei: de quem é esta foto?

- A mesma falou: deixa apanhar meus óculos. Ué! Infelizmente é sua, é o que restou de você, ora bolas!

- Vocês entenderam a análise, no que tange ao termo infelizmente?

Chamei meus filhos; de quem é esta foto?

Paeeeeeeeee, é sua, mesmo parecendo uma trombada com um trem, é o que o senhor é hoje.

Mais uma vez, entenderam a colocação?

Chamei minha netinha e perguntei: você conhece estas duas fotos?

- A primeira é o senhor com vida total, a segunda, também, é do senhor, porém, parece sem vida.

- Criança não mente colocação já usada pelos antigos.

Certo dia, o meu genro perguntou-me quantas guerras eu tinha atravessado.

Observe que o mesmo não usou a pergunta no singular, porém, no plural, quantas.

Vou me aprofundar na pergunta do dito: Quantas guerras?

Primeira guerra mundial, se não me falha a memória durou de 1.914 a 1.918.

Trabalharei com médias, ou seja, 1.914 mais 1.918 = 3.832, divididos por 2 = 1.916.

Segunda guerra mundial, se não me falha a memória durou de 1.939 a l.945.

Média = 1.939 mais 1.945 = 3.884, divididos por 2 = l.942.

Resumo = 2.015 menos 1.916 = 99 anos.

Resumo = 2.015 menos 1.942 = 73 anos.

Conclusão – 99 anos mais 73 anos = 172 anos, divididos por 2 = 86 anos.

Portanto, na ótica de meu genro, estou com 86 anos.

Estarei vivo ou morto?

Vivo, muito vivo, pois meu objetivo, se Deus aceitar, é viver 115 anos, sendo que até 100 trabalharei, depois viverei, numa boa, sem fazer absolutamente nada, 5 anos na casa de cada filho, é mole?

Mas irei mais adiante para saber se realmente estou vivo:

O filósofo René Descartes falou: Penso, logo existo.

Ora bolas, tenho pensado pacas, ou melhor, a minha vida é só pensar, então, estou mais do que vivo, sacou?

Vamos mais alguns testes:

- Abrir bem às pernas, fechar os olhos e tentar bater com os dedos indicadores das mãos, na ponta do nariz: pimba, pímba e pimba, dez.

Resultado: 4 batidas no nariz, 3 no bigode, 2 na boca e uma no queixo.

Um resultado médio, porém, aceitável, sem sombras de dúvidas.

- Outro teste: abrir bem às pernas e os braços, com os olhos fechados.

Desgraçadamente tonteei e saí catando graveto, mas, mesmo na tangente fui aprovado no teste.

- Outro teste: tentar bater com as pontas dos dedos das mãos nos respectivos pés.

Ufa! Ufa! Ufa! Faltaram dez centímetros para alcançar os pés. Mas, fiquei dentro da média dos brasileiros.

Tudo isto prova que estou muito vivo e de olho em você, sacou?

- Jaca! Grande Jaca! Gostaria de seus comentários quanto o exposto supramencionado.

- Um bobo alegre aliado a uma múmia sem memória.

Jaca! Você continua sendo a pele mais fina de meu nariz.

O quê foi?

Por quê está me olhando com essa cara de ninguém? Assustou-se?

Prá cá essa, larga do meu pé coisa assustada.

Abraços do

Catarina Paranaense,  MUITO VIVO.