Hoje eu não estou bem, ou melhor, não estou nada bem, estou
virado no alho, ou melhor, virado numa pimenta.
Em dias normais já não é fácil segurar o Catarina, agora,
virado numa pimenta é dose para Mamute.
Ainda tem que enfrentar o frio úmido de Curitiba.
Existem pontos frios, tais como Urupema e São Joaquim, em
Santa Catarina, Lagoa Vermelha no Rio Grande do Sul, Palmas no Paraná, contudo,
Curitiba não fica devendo, absolutamente, nada para tais cidades frias.
O Curitibano é introvertido, por excelência, mas tem a sua
devida razão, o frio aqui é penetrante e doído.
Nesta semana chegou um senhor na loja, tão arreganhado, mas
tão arreganhado, parecendo um jacaré, em posição de atacar. O referido senhor,
por questões da natureza, possui as canjicas bastante salientes, o que piorou o
quadro atual.
Quando deparei com aquela situação, fiquei em posição de
defesa, pois o cara estava totalmente arreganhado, mais um centímetro, o mesmo
corria o risco de engolir as orelhas.
Chegou perto de mim e falou: “Que frio né vizinho!” Aí, sim,
eu me desarmei.
O jacaré batia tanto o queixo parecendo um debulhador de
milhos.
Então, para eu voltar a minha situação normal, somente com
uma terapia do grito e da rinchada.
Todavia, não posso aplicar a referida terapia, pela seguinte
justificativa: Venha comigo até a porta da megaloja (21m2): Na frente fica o
estacionamento do Supermercado Muffato, virando a cabeça 45 graus para direita,
nota-se o majestoso prédio do Pinel, virando 90 graus para esquerda, nota-se
uma clínica veterinária observou?
Com a aplicação da referida terapia, pulando, sapateando,
berrando e rinchando, diante da baixa cultura do povo, terei dois destinos, ou
seja: vou parar na clínica veterinária, ou, dentro de uma camisa de força no
Pinel, é mole?
Tenho mais uma opção, ou seja: revelar dois sonhos latentes;
um depende de vocês, o outro depende de nossos governantes.
Primeiro sonho: Viver numa boa sem fazer, absolutamente,
nada, porém, para que o mesmo aconteça teria que contar com uma contribuição de
vocês, depositando semanalmente um cinquinho, um deizinho, um vintinho, um
cinquentinha ou um cenzinho.
Ah! Uma excelente notícia para vocês sou cliente do Itaú, e
como é do conhecimento de todos, o Itaú é um banco 100% informatizado, o que
ajuda o depósito ser efetuado via internet, sacou?
Agora, tudo é efetuado pela internet, chegam entortar a boca
quando falam: faço tudo pela internet, nem sei mais como é o banco
internamente, uma frescura a toda prova.
Eu faço tudo ao contrário, gosto de ir ao banco,
principalmente com este frio, enfrentar uma longa fila externa. Gosto de chegar
ao banco e ver uma multidão de gente é salutar.
O bom da situação é que você entra no banco e já começa o
tumulto, a porta giratória trava, aí sim, é gostoso ver às pessoas jogando tudo
para fora de bolso, bolsa, até a mesma destravar, é bom demais.
Dias atrás fui ao banco quitar uma duplicata e fazer um
depósito de altos valores, eis a minha trajetória:
Já dentro do banco, corro para o terminal de senhas; apanho
duas senhas, uma para pessoas normais, outra para os pés nas covas.
- Afinal de contas, em que lado você pertence?
- Não falarei deixarei vocês dentro da mais incrível
curiosidade.
Antigamente você esperava a chamada nos caixas, através de
filas, a mesma dava um volta na quadra para depois entrar, hoje é diferente,
existem cadeiras.
Você chega nota-se uma multidão sentada, todos com cara de
ninguém olhando para o visor de chamada.
Aí começa o meu exercício, quando, no visor aparece o 6, já
sei que se trata de pés nas covas, então guardo a senha que começa com cem e
apanho a que começa com 6.
602, não é a minha, a minha é 615, então guardo a mesma e
coloco a que começa com cem na mão.
Neste esquema, eu sento e levanto, para variar, às vezes, eu
levanto e sento coisa de louco.
Diante desta ginástica, um senhor ao lado, também pés nas
covas, olhou para mim e falou: tá com coceira no trazeiro?
Calma, muita calma estou com quantia bastante volumosa e
estou nervoso,
- Então chama o gerente e conta a sua situação, não fica
pulando parecendo um sapo.
É do conhecimento de vocês que tais cadeiras são ligadas uma
na outra e às vezes o parafuso se solta deixando a referida cadeira solta.
Quando me sentei, largando todo o peso do corpo na cadeira, o velho ao lado,
saltou e, aproveitou o embalo pra procurar outro lugar, não to nem aí.
Chegou a minha vez; chego com cara de assustado e a caixa já
vai perguntando, grandes volumes? Sim senhora!
- Então vamos fazer a operação rapidamente, qual a primeira
operação?
- Pagar um título, e já joguei o mesmo para ela; valor da
duplicata: R$ 115,21/ a mesma olhou para o valor e começou a rir.
Perguntei para a mesma: Minha senhora moça caixa bancária!
Algum problema com a minha duplicata? Está escrito alguma piada na mesma para a
senhora abrir a canjica?
- Não, não meu senhor, é que me lembrei de um caso
engraçado, desculpa!
- Engraçado era o meu tio Raimundo, que Deus ponha em bom lugar,
o mesmo tirava a cueca sem tirar a calça, é mole?
Quitou a duplicata, devolveu-a e perguntou qual a próxima
operação?
- Um depósito em nome do degas.
- Qual o valor a ser depositado?
- Saquei do bolso R$ 50,00 e do outro bolso R$ 20,00,
totalizando R$ 70,00.
A mesma deu uma risada tão alta, mas tão alta, que todos os
demais colegas da mesma começaram a rir.
O brasileiro é mesmo assim, se você está rindo, o próximo
olha para você e, também, começa rir, sem saber o motivo, e assim vai; coisa de
louco.
Apanhei a duplicata e o recibo do depósito, disfarcei e saí
de leve.
Agora, sim, vou para o terminal do Banco, conferir o meu
saldo. Quando cheguei comecei a digitar e notei uma madame senhora de olho na
minha digitação. Pensei ué, coisa que a mulher não se liga é no censo da
curiosidade, nunca vi uma mulher curiosa (?), o que a madame quer!
Último digito, pronto, saiu aquela relação, aquele extrato
volumoso; apanhei o mesmo no ar e fui atentar para os registros. A madame
perguntou-me: não quer um guardanapo úmido? Prá quê minha senhora? É que o
senhor cortou o dedo, eis o sangue em seu extrato!
Olhei nada mais era do que o meu famigerado saldo bancário.
Agradeci a madame e fui para o centro do salão do banco,
atentar para o meu extrato; nisto chegou um senhor, me abraçou e falou: somos
colegas de partido, o vermelho está em nossa vida, parabéns, parabéns, vamos
vencer a luta.
Pensei o melhor é guardar o extrato, o que fiz, coloquei no
bolso da camisa, mas, como a camisa era branca transparente, notei que as
pessoas olhavam para o bolso e coçavam os olhos, pensei, quer coisa estranha!
Já mais tranquilo, com a duplicata paga, o recibo do grande
depósito em mãos, o extrato no bolso, tá na hora de me mandar.
Quando passei pela guarda, o mesmo parou-me e perguntou: tá
com alguma lâmina no bolso da camisa? Não, não senhor! E qual o motivo do
brilho em seu bolso da camisa? Trata-se do meu saldo bancário, nada mais, veja!
É! Saldo bancário com vermelho vivo, agora, veja o meu,
disse o guarda: encarnado vivo, pior do que o seu!
Abraçamos, lamentamos e fui embora, ufa, que trabalhão.
Cheguei a casa, a minha mulher bastante preocupada
perguntou-me: Tudo bem correu tudo normal?
- Respondi tudo bem mulher, eliminamos o valor que o carro
transportador de valores cobraria.
O quê foi? Algum problema para expor a canjica?
Como sofremos nós, empresários de altas somas e volumes de
vendas.
No próximo blog registrarei o segundo sonho.
Abraços do
Catarina Paranaense.
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