Quero deixar bem claro que acabou a imitação de alemão,
japonês e, principalmente, o Fênix, a mitologia grega.
Lotei e a churrasqueira de lenha, toquei fogo e deixei arder
a noite toda.
Pela manhã, dava gosto de ver a montanha de cinzas.
Coloquei um calção samba canção e fui em direção às cinzas,
a fim de renascer com novas perspectivas. Todavia, lá no fundo da
churrasqueira, bem lá no fundo, tinha duas brasas vivas, duas brasas em fogo, e
quando sentei afundei nas mesmas, mas, quando encostei as extremidades nas
ditas brasas, renasci voando pela chaminé.
Agora, estou com as extremidades queimadas, ardentes, sem
poder sentar-me, haja vista, que estou elaborando este blog de pé.
Não consigo encostar a roupa nas queimaduras, forçando-me a
andar para frente com muita velocidade.
Amanhã procurarei em casas especiais cuecas infláveis, pois
não tem outro jeito.
Já estão me chamando de chamuscado.
Os curiosos querem saber qual o motivo de mancar ao andar, e
a justificativa é uma só, problemas de gotas, isto mesmo, gotas.
Mesmo dentro da situação reinante no país, ainda tenho duas
condições de alegria, ou seja: uma quando do recebimento do pedido efetuado,
outra, quando procuro o meu refúgio diário, de 90 minutos de duração.
Vamos às explicações devidas:
Recebimento de pedido: efetuo o pedido num dia e no outro,
mais ou menos às 15h30m recebo o mesmo.
A partir das 15 horas já estou na porta da megaloja (21m2)
aguardando o bauzão, coisa de louco.
Lá vem o bicho, para bem em frente à megaloja (21m2), uma
tremenda alegria.
O senhor João larga da boleia e dirigi-se à porta, quando a
mesma se abre, sonho que nem aquele programa da televisão “A Porta da
Esperança.” Com a porta aberta, nota-se o bausão repleto de pedidos até a boca;
neste momento fico sonhando, bem que todos estes pedidos deveriam ser
desembarcados na minha megaloja (21m2).
O senhor João mergulha naqueles pedidos com um sorriso
aberto, todavia, no desmergulhar sente-se que o mesmo volta com uma tristeza
profunda, trazendo em suas mãos um pacotinho triste e na outra mão a famigerada
nota fiscal que só pensa em dinheiro. Sinto o murmurar da referida nota, ou
seja: este valor não paga nem o papel, este cara deveria comprar dos varejos,
não dos atacados.
Seu João chega triste, entrega o pacotinho tristonho, eu,
também, estou triste, trocamos um cumprimento ainda mais triste, apanho a nota,
registro uma data de recebimento muito triste, escrevo o meu nome, que por
natureza já é uma grande tristeza, aí sim, dou uma carimbada, bem na cara da
referida nota e devolvo ao senhor João. O mesmo, com uma filosofia oriental,
chega ao meu ouvido e fala: não fica triste não, um dia chegarei com o bauzão e
descarregarei todos este pedidos em sua megaloja (21m2),
Seu João, gente fina e com uma filosofia oriental que
levanta qualquer um.
Lá vai o bauzão do senhor João, e eu fico abanando até o
mesmo virar na esquina.
Essa gente da revenda deveria ler livros no que tange a
caridade. Assim ficariam sabendo que uma grande caridade tem mais validade do
que qualquer venda. Gente de coração duro, não tem um que se comova e mande um
bauzão cheio de mercadorias, com a natureza da operação, “GRÁTIS.”
OH! Gente sem coração; até quando farás um pobre itajaiense
sofrer?
Apanho um estilete muito triste, abro a caixinha triste e
pulo para trás! Uma coisa enrolada preta se mexendo; será que mandaram uma jararaca
para a República de Curitiba?
Apanho os meus óculos, minha lente e vou verificar, mas para
o bem de todos, trata-se de um rolo de fita isolante de 10 metros que está
morrendo sufocada.
Tiro a mesma da caixinha e já entramos em contato telepático,
ocasião em que a mesma fala que quase morreu dentro daquela caixa, isolada de
seu grupo.
Coloco a mesma em ar livre e logo a referida se recupera.
Como sofremos, nós os itajaienses fora de nossa cidade.
- Meu refúgio por 90 minutos: todos os dias, no período
vespertino, entrego o bastão da megaloja (21m2) à minha mulher e sigo para o
meu refúgio, ou seja: deito na minha cama, ao lado de meu rádio FM (fora de
moda). Este rádio no começo aceitava fita, DVD, AM e FM, agora ele só funciona
no tranco; você dá um murro em cima do mesmo, aí ele liga você dá mais um
murro, aí ele funciona; contudo, de 15 em 15 minutos, tem que levar um murro,
caso contrário o bicho não fala.
Tenho gosto e ouvidos apurados, assim sendo, só escuto
óperas, músicas de classe, tais como: músicas de Tibagi e Miltinho, Léo Canhoto
e Robertinho, Zilo e Zalo, Tonico e Tinoco.
Pedro Bento e Zé da
Estrada, Teodoro e Sampaio, Sérgio Reis, Caçula e Marinheiro e outros.
Tenho um hábito de acompanhar às músicas, fico mexendo no
bigode e bato com o calcanhar no lençol, a minha mulher adora este gesto.
Tais músicas clássicas são encontradas na Difusora, rádio
que sou vidrado.
Agora, quando a Difusora solta à ópera, cantada por Teodoro
e Sampaio, “Água no Leite”, pulo da cama, fico em posição de sentido, porém,
sapateando, com sapatos especiais, ou seja, solado de pneu de caminhão, coisa
de louco.
Notei que toda a música tocada o rolo de fita isolante 10
metros nem se mexia, pensei, será que a F10m, não gosta de músicas?
Porém, quando soltaram a ópera “O Menino da Porteira”
cantada por Sérgio Reis, a mesma pegou fogo, ainda bem, que me mandaram uma
fita anti-chama. A mesma ficou tão louca que desenrolava os dez metros e ao
mesmo tempo enrolava os dez metros, pulou tanta, que após a música entrou num
sono profundo, ocasião em que coloquei na área de vendas.
Quando falo em tais sapatos, vem a lembrança das lojas da
Barão do Rio Branco que quando abriam às portas, observava-se pirâmides de
sapatos, todos com solados de pneus de caminhões.
Você mergulhava naquelas pirâmides, porém, às vezes você
ficava com um pé de sapato e outro com o
mesmo pé, aí entrava da bolsa de valores, cuja sistemática era a seguinte: o
intermediador falava com um perguntando quanto ele dava para levar o outro pé,
e assim fazia com o outro; quem oferecesse um valor maior, levava o par;
sensacional.
No departamento de roupas, você encontrava diversos balaios
lotados de roupas, com promoções tais como: leva 10 e paga cinco.
Eu gostava daquelas camisas toda preta, mas com os punhos,
colarinho, e parte superior do bolso, na cor branca, ou vice-versa.
Saudades de tais lojas, tudo se acaba, infelizmente.
Quanto aos sapatos, depois de usar por uns dez anos, a parte
superior se acabava, porém, o solado intacto, aí você transformava o sapato em
sandálias Franciscanas, as quais eram usadas por mais dez anos; beleza pura.
Espero que os fornecedores acatem a minha sugestão, quanto o
hábito de ler livros de caridade, além de fazer bem ao interior de cada um, o
cliente agradece. Sacou Mané?
Abraços do
Catarina Paranaense – Muito triste.
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