domingo, 24 de abril de 2016

"SER BOM!!!!!"



Ser bom!
Existe um ditado entre os antigos que diz: “Quem é muito bom, vira bobo.”.
Eu prefiro ser taxado de justo; e falo isto com muita propriedade, pois liderei muitas gentes em minha vida profissional. Sempre julguei os casos apresentados, que não foram poucos, com a razão, nunca com o coração.
Quem tem o coração muito bom, mole, não serve para liderar, em hipótese alguma.
Uma das coisas mais difíceis da vida é liderar o ser humano.
O ser humano é composto de uma complexidade a toda prova um verdadeiro teorema.
Com 15 anos de idade, já liderava 150 mecânicos, além de faxineiras, vigilantes, pedreiros, carpinteiros e outros.
Já na faixa de 25 anos, a equipe que eu liderava somava-se mais de 350 trabalhadores.
Na posição de comando sempre utilizei de alguns conselhos dados por Jesus, por exemplo:
Mateus 10:16, a saber: Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Toda vez que vesti a capa de simplicidade e esquecia a capa da prudência encontrei armadilhas terríveis que me prejudicaram para o resto de minha vida.
Dentro do comportamento do ser humano você encontra muitos lobos e poucas ovelhas.
Comandei elementos de toda espécie, bons, ruins, malcriados, valentes, imbecís, pessoas que não aceitavam serem comandadas de jeito nenhum, fingidos, traidores, e aí vai.
Não vou me alongar muito neste assunto, caso contrário, terei que escrever um Best-Seller.
Outra orientação dada por Jesus: Mateus 22:21 = Daí, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus.
Utilizei bastante desta colocação em minhas decisões.
Como já falei, prefiro ser taxado de justo a de bom.
Eis o que Jesus falou quando chamaram de bom: Marcos 10:18 = Porque me chamas de bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.
Outra atitude que utilizava em minha liderança:
Seja cortês com todos,
Social com poucos,
Familiar com alguns,
Amigo com um,
Inimigos com nenhum.
O exposto supra serviu apenas para uma introdução, eis agora, o exemplo de um homem muito bom.
Quando o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias, Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo português que muito se distinguira na Índia, pediu ao Rei que lhe concedesse um desses quinhões. Devido aos grandes serviços que prestara ao seu país, ele foi atendido na sua pretensão. Vendeu então os seus avultados bens para adquirir navios, provisões, ferramentas e contratar colonos necessários à exploração das terras que lhe haviam sido doados.
Chegando à sua capitania durante os festejos de Pentecostes, deu à primeira colônia que fundou o nome de Espírito Santo. Os ataques dos índios o obrigaram a fundar outra povoação, a vila de Nossa Senhora da Vitória. Vasco Coutinho ERA UM HOMEM HONESTO, GENEROSO E TRABALHADOR. Faltava-lhe, porém, a energia imprescindível para vencer as dificuldades imensas de sua áspera missão.
Dois grandes obstáculos surgiram logo à sua frente. De um lado, os índios bravios e indomáveis, que resistiram a todas as tentativas de pacificação. De outro lado, a indolência e a ambição dos colonos que trouxera da Europa. Vasco Coutinho ERA UMA ALMA BONDOSA E DELICADA. Para uma gente que precisava de manoplas de ferro, ELE USAVA LUVAS DE SEDA.
Por isso, a indisciplina, a desordem e a corrupção logo invadiram a capitania do Espírito Santo.
O dinheiro trazido de Portugal esgotou-se. Os mantimentos acabaram. Os colonos começaram a brigar entre si. E os índios foram destruindo as casas, as lavouras e as criações de Vasco Coutinho.
Desanimado e empobrecido, o donatário foi perdendo a HONRA E DIGNIDADE             . Deu para beber. Perdeu as maneiras fidalgas, Tornou-se grosseiro e brutal. Começou a homisiar, em suas terras, todos os criminosos que fugiam das outras capitanias. Poucos homens desceram tanto na escada da degradação moral como Vasco Coutinho.
Um dia resolveu reagir contra a decadência de sua capitania. E também contra a depravação de sua pessoa. Deixou de beber. Começou a trabalhar. Abandonou a companhia dos bandidos que frequentavam sua casa. Embarcou num navio e foi a Olinda na esperança de obter recursos para o reerguimento de sua capitania.
Mas era tarde, Ninguém acreditou nas suas promessas. Duarte Coelho, donatário de Pernambuco recusou recebe-lo.
Todos o desprezavam. E, ao entrar na igreja, foi-lhe proibido sentar-se nas cadeiras reservadas aos capitães-mores. No púlpito o bispo D. Pedro Sardinha, exprobou severamente seus vícios e pecados.
Vasco Coutinho voltou para o Espírito Santo. Retornou à vida antiga. Embriagava-se diariamente. Alimentava-se do que lhe ofereciam por caridade. E, pouco depois, quando morreu, não havia em sua choupana, um pedaço de pano para lhe cobrir a nudez. Foi preciso uma alma piedosa emprestasse um lençol para amortalhar o seu cadáver.
Assim findou os seus dias Dom Fernandes Coutinho, fidalgo português, herói na Índia e donatário da Capitania do Espírito Santo.

A reflexão, a conclusão, fica por sua conta, OK?
Abraços do
Catarina Paranaense.

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