Saindo por aí verificamos nomes de ruas, praças, alamedas,
edifícios, grupos, colégios, faculdades, universidades, prédios, monumentos
diversos, vilas, bairros, hospitais e o escambau.
Em tais lugares observamos nomes de presidentes,
governadores, ministros, reis, príncipes, princesas, políticos, médicos e de
pessoas que desfrutaram de altos cargos no absoluto.
Agora, eu pergunto? Você observa alguns nomes de
trabalhadores, gentes simples que deram as suas vidas para construir um país
melhor, um país produtivo e humano para todos?
Eu tive a oportunidade de participar da “CEV” – campanha da erradicação
da varíola, fazendo o itinerário de Curitiba até a periferia de Londrina.
Em tal trajeto, embranhei-me pela mata, campos, lavouras,
roças, enfrentando caminhos, picadas, matas fechadas e outros, pois, a ordem
era vacinar todos, sem exceção; aonde tivesse um ser humano deveríamos está
presente junto ao mesmo, para a devida vacina.
Encontrei em minha andança gente simples que saiam de casa
de madrugada, em família numerosa, com suas ferramentas nas costas, com destino
à roça, para plantar e manter o seu sustento.
Saiam de madrugada e chegavam à noite, cansados, suados,
quase sem força, um verdadeiro martírio.
Agora, dentro de uma pesquisa, encontraríamos algum nome de
tais trabalhadores e trabalhadoras em ruas, vilas, prédios, colégios e etc.
etc. É claro que não.
Vivem e morrem no anonimato.
Qual o motivo?
Não sei, sinceramente falando não sei, sem bem que os merecedores
deveriam ser os tais.
Eu, por exemplo, comecei a trabalhar com 12 anos de idade,
lavando peças de bicicletas, depois fui trabalhar numa tipografia, atravessando
a noite toda num trabalho duro e contínuo.
Fui colocar sapatos nos pés com a idade de 15 anos, pois
antes não tinha um tostão para comprar os referidos sapatos.
Então, eu pergunto? Você já viu meu nome, Osvanir de
Almeida, em alguma rua, avenida, prédios e ai por diante? Claro que não.
Inclusive fica um alerta para a Câmara Municipal de
Curitiba, tai um nome sugestivo para algum lugarejo público de nossa bonita
Capital – Curitiba.
Somos excluídos no contexto, resta para nós, os trabalhadores,
apenas o trabalho, derramarem o suor para manter o sagrado pão de cada dia na
mesa.
E quando se aposenta com um benefício pelos anos
trabalhados, ainda tem o seu salário de aposentadoria depreciado anualmente.
Quer uma prova, faça a seguinte pergunta para um ente
querido, uma pessoa conhecida que já está aposentada: “Você se aposentou com
quantos salários e quantos salários você recebe de aposentadoria atualmente”?
Exemplo: o trabalhador começa a aposentadoria com 6 salários
mínimos, dali algum tempo tá batendo no salário mínimo, bem entendido, um
salário mínimo.
E ainda bem que existe o salário mínimo, caso contrário o
mesmo ao invés de receber estaria pagando.
É a mesma coisa de você cair numa correnteza e ser tragada
pela mesma, porém, na frente encontra um galho de árvore e agarra-se no mesmo,
caso contrário cairá numa queda d’água abaixo, sendo o fim.
O galho de árvore que você segurou-se representa o salário
mínimo. Entendeu?
O que acabo de escrever é a mais pura verdade, nada mais do
que a verdade.
Abraços do
Catarina Paranaense – inclusive, também, tá no contexto.
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