segunda-feira, 20 de abril de 2015

"HERÓIS ANÔNIMOS."



Saindo por aí verificamos nomes de ruas, praças, alamedas, edifícios, grupos, colégios, faculdades, universidades, prédios, monumentos diversos, vilas, bairros, hospitais e o escambau.
Em tais lugares observamos nomes de presidentes, governadores, ministros, reis, príncipes, princesas, políticos, médicos e de pessoas que desfrutaram de altos cargos no absoluto.
Agora, eu pergunto? Você observa alguns nomes de trabalhadores, gentes simples que deram as suas vidas para construir um país melhor, um país produtivo e humano para todos?
Eu tive a oportunidade de participar da “CEV” – campanha da erradicação da varíola, fazendo o itinerário de Curitiba até a periferia de Londrina.
Em tal trajeto, embranhei-me pela mata, campos, lavouras, roças, enfrentando caminhos, picadas, matas fechadas e outros, pois, a ordem era vacinar todos, sem exceção; aonde tivesse um ser humano deveríamos está presente junto ao mesmo, para a devida vacina.
Encontrei em minha andança gente simples que saiam de casa de madrugada, em família numerosa, com suas ferramentas nas costas, com destino à roça, para plantar e manter o seu sustento.
Saiam de madrugada e chegavam à noite, cansados, suados, quase sem força, um verdadeiro martírio.
Agora, dentro de uma pesquisa, encontraríamos algum nome de tais trabalhadores e trabalhadoras em ruas, vilas, prédios, colégios e etc. etc. É claro que não.
Vivem e morrem no anonimato.
Qual o motivo?
Não sei, sinceramente falando não sei, sem bem que os merecedores deveriam ser os tais.
Eu, por exemplo, comecei a trabalhar com 12 anos de idade, lavando peças de bicicletas, depois fui trabalhar numa tipografia, atravessando a noite toda num trabalho duro e contínuo.
Fui colocar sapatos nos pés com a idade de 15 anos, pois antes não tinha um tostão para comprar os referidos sapatos.
Então, eu pergunto? Você já viu meu nome, Osvanir de Almeida, em alguma rua, avenida, prédios e ai por diante? Claro que não.
Inclusive fica um alerta para a Câmara Municipal de Curitiba, tai um nome sugestivo para algum lugarejo público de nossa bonita Capital – Curitiba.
Somos excluídos no contexto, resta para nós, os trabalhadores, apenas o trabalho, derramarem o suor para manter o sagrado pão de cada dia na mesa.
E quando se aposenta com um benefício pelos anos trabalhados, ainda tem o seu salário de aposentadoria depreciado anualmente.
Quer uma prova, faça a seguinte pergunta para um ente querido, uma pessoa conhecida que já está aposentada: “Você se aposentou com quantos salários e quantos salários você recebe de aposentadoria atualmente”?
Exemplo: o trabalhador começa a aposentadoria com 6 salários mínimos, dali algum tempo tá batendo no salário mínimo, bem entendido, um salário mínimo.
E ainda bem que existe o salário mínimo, caso contrário o mesmo ao invés de receber estaria pagando.
É a mesma coisa de você cair numa correnteza e ser tragada pela mesma, porém, na frente encontra um galho de árvore e agarra-se no mesmo, caso contrário cairá numa queda d’água abaixo, sendo o fim.
O galho de árvore que você segurou-se representa o salário mínimo. Entendeu?
O que acabo de escrever é a mais pura verdade, nada mais do que a verdade.
Abraços do
Catarina Paranaense – inclusive, também, tá no contexto.




  

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