Era só abrir a minha megaloja (21m2), já surgia o papo: não
vai colocar a maquininha?
- Meu caro colega, o dinheiro do brasileiro é o cartão, tem
que ter a maquininha, entendeu?
- Não pensa muito não, coloca logo a maquininha.
- Hoje quem não tem maquininha tá fora do mercado.
- Tem que acompanhar o progresso, caso contrário tá fora meu
caro!
- Tem pipoqueiro, engraxate, vendedor ambulante, todos com
maquininha e você tá perdendo para os caras?
- Ainda não colocou a maquininha?
Diante de tanta
pressão, tomei uma decisão, vou colocar a famigerada maquininha.
Dentro de um desespero sem controle, entrei no primeiro
banco que encontrei pela frente.
- Bom dia senhor diretor.
- Bom dia senhor futuro cliente, em que posso ajudar?
- Quero a maquininha, quero a maquininha, se possível, ainda
hoje.
- Que tipo de maquininha?
Maquininha de fazer pipocas, fazer paçocas, fazer pé de
moleque, ou quê?
- Diretor miscelânea, a maquininha de passar cartão,
entendeu jacaré?
- Ah! Sim, a famosa coqueluche do momento! O.K.
- Pimba daqui, pimba dalí, um calhamaço de papéis e cor de
cueca, meias, etc., o enrolado bateu o martelo, vamos instalar a maquininha em
sua loja.
- Depois dos poréns, o instalador, com um preparo peculiar,
falando pelos cascos, instalou a solicitada maquininha, beleza pura.
Agora que a maquininha está instalada, criou-se um clima de
ignorância, em relação à mesma, total e absoluta.
Ninguém olha para a maquininha, ninguém repara a maquininha,
ninguém atenta para maquininha, ninguém observa a maquininha, enfim, estão
cag,,,, e andando para a mesma.
- Chegou um cliente e lascou: “calculadora moderna, tá
progredindo heim colega!
- Outro falou: que bicho é este, não conheço!
- Mais um e mais uma colocação: trata-se de um “Le table? ’
- Le table? Que bicho é este caro cliente?
- Le table, meu amigo, por exemplo:
Eu Le tablo
Tu Le Tablas
Ele Le Tabla
Nós Le Tablamos
Vós Le Tablais
Eles Le Tablam
Pensei comigo, os outros colocam a referida maquininha para
faturar, porém, no meu caso, o meu ponto de vendas está virando um circo, cujo
centro principal é a maquininha.
Não sei o que falar para o diretor do banco, pois, não
existe movimentação de valores, nem tão pouco interesse pela maquininha.
O que foi? Tá rindo do quê? Fica abrindo essa bocarra cheia
de dentes!
UM abraço do Catarina Paranaense – sem saber o que fazer da
maquininha.
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