"O CHOQUE."

Acontece-me cada uma que eu fico estarrecido.

Hoje, sábado, falei para minha mulher: estou com vontade de comer um pedaço de charque no feijão. Não feijoada, apenas o charque.

Após aprovação, tudo bem.

Lá fui eu para a feira comprar o referido e apetitoso charque.

Existem dois pontos de vendas na feira que vive lotado, ou seja: pastelaria e frios. É incrível o movimento nesses pontos.

Eu estava pensando em mudar o seguimento de mercado de minha lojinha para uma barbearia para melhor idade, ou idade da felicidade (????????), ou casa de pipoca, entretanto, já estou mudando de idéia.

Pois bem, solicitei uma sacola, fui atendido, mas apanhei uma bem maior. A atendente fez uma observação: vai levar o boi inteiro?

Quando segurei o charque gritei: ai, ai, ai, essa coisa tá dando choque! O ponto lotado de gente, todos fitaram o olho em mim. Um senhor ao meu lado, com um nariz parecendo uma lingüiça paio, por sinal, quase o cortei pensando ser, realmente, a referida lingüiça, gritou: eu também levei o danado do choque. Um cara lá de dentro do balcão falou: trata-se de charque antifurto. Uma verdadeira gracinha.

Pensei! Se for cortar levarei mais choques, o negócio é levar a peça inteira; conclusão: trinta e cinco mangos é mole?

Você não deve contar essas coisas para os outros, é chato.

Eu quero que o mundo se exploda, minha vida é um livro aberto e não tenho nada a esconder.

Nossa! Charque no feijão! Comida muita pesada.

Pesada é o escambau.

Eu gosto, tu gostas, ele gosta, nós gostamos, vós gostais, eles gostam.

Será que conjuguei corretamente? Dane-se a conjugação.

To invocado, invocadérrimo e fim de papo. To muito macho.

Vou encher a pança até o Chico chegar de baixo; não tenho que provar nenhuma calça, graças a Deus, então o negócio é comer.

Fiz um teste e não gostei, ou seja: mês passado a diferença entre o meu nariz e a minha pança era de 20 cm; agora é de 15 cm. O meu nariz não cresceu, então só resta à pança, infelizmente.

O quê foi? O quê foi? Tá rindo por quê? A canjica aberta parecendo a sanfona do pipoca, sai de mim jacaré do papo amarelo.

Abraços do Catarina Paranaense – ainda em choque.