quarta-feira, 18 de abril de 2012

"COISAS ESTRANHAS."


Olhei para minha cadeira giratória, com roldanas e pensei: vou plantar uma bananeira em cima da dita cadeira, para sentir o mundo de pernas para o ar.
Toda tentativa é válida, mas para isto temos que ter um percentual mínimo de certeza que a coisa vai dar certo.
No meu caso, o percentual de certeza é zero, pois já sei que perderei o equilíbrio da dita cadeira, e darei com a cara no chão, ou melhor, quebrarei a cara.
O chão é duro com uma forração meia boca, pois carpete é coisa de fresco.
Esta forração foi colada e impactada com o sapatear das botas e cortada com a lâmina da espora. ETA cara machochô.
Dias atrás estava pensando em criar um exercício para a poderosa língua.
A minha vida agora é pensar; penso, logo existo; já o meu avô tinha um dizer: pensando morreu um burro.
Eu, o Catarina, ora penso, ora não penso, ora penso demais, ora não penso piculinas nenhuma, e, estou muito vivo, de olho em você, sacou?
Pesquisei alguns exercícios para a poderosa língua, e dentre muitos, achei interessante o seguinte exercício: tentar encostar a ponta da língua na ponta do nariz.
Tenho que treinar muito, pois a minha língua quase nem sai de dentro da boca.
Certo dia, já dentro da megaloja (21m2) comecei o referido exercício; sem perceber entrou um cliente, um xaropaço e gritou: ficou louco! O Pinel é no outro lado da rua.
Loucura coisa nenhuma, estou exercitando a poderosa língua.
- E têm exercício para a língua?
- Claro que têm você procura encostar a ponta da mesma na ponta do nariz.
O xarope abriu a bocarra e soltou uma lapa de língua que eu não perdi a oportunidade, dei voz de comando: sentido! A linguaça parou na hora. Apanhei uma régua e, para o meu espanto, faltou um centímetro para encostar na sobrancelha.
Dei outra voz de comando: descansar! A bicha voltou para dentro da boca.
Chamei o dito cujo para perto de mim e falei: não leva para o lado mal, entretanto, tenho que fazer uma pergunta: você é parente da família do tamanduá?
- Nada disto, nada disto, sou de uma família de língua comprida.
- Então vocês são uma família de linguarudos?
- No bom sentido, no bom sentido, somos pessoas de bens e muitas amizades.
- Dentre vocês qual o que têm a maior língua?
- Meu irmão caçula, pois o mesmo penteia o cabelo com a língua.
- Tenho que ir, bons negócios.
- Boa sorte seu tamanduá.
- O linguarudo entrou, não comprou absolutamente nada, ficando, apenas no papo.
- Minha culpa, não tinha nada em meter a língua em negócios.
De imediato entrou uma senhora desesperada e foi logo pedindo: o senhor tem aquela coisa que pega uma coisinha nojenta?
Pausa: nojenta é com “g” ou com “j”? Vamos verificar o amansa burro.
Eis o que diz: geralmente é com “g”, mas sempre foi com “s”. É, estou certo.
Não entendeu nada né jacaré?
Olhei para a senhora madame cidadã e falei: calma, calma e calma. Puxa o ar de vagar, agora solta o ar, faça isto três vezes, OK?
A senhora teria condições de fornecer o nome ou da coisa, ou da coisinha nojenta?
- Não.
- Vamos pensar juntos, por acaso é barata?
- Não, barata não, tenho horror por este bicho.
- Mesmo que fosse não poderia ajudá-la, pois não vendo barateira.
- Gato, onça, elefante, girafa, leão, cobra?
- Não, o senhor está me deixando nervosa.
- Captei, captei, senhora madame cidadã, por acaso não venha ser um rato?
- É isto mesmo, este bicho nojento.
- A senhora têm noções do tamanho do roedor?
- Não, não e não.
- Está aqui a coisa que a senhora procura uma ratoeira.
- Esta coisa vai pegar a coisinha nojenta?
- Minha senhora assustada, esta ratoeira pega qualquer bicho, não interessa a espécie, botou a cabeça para comer, pimba, já era.
- Quero duas, pois, uso uma por dia.
- Menos mal, o negócio é vender.
- A senhora está absolutamente certa, é um meio de testar a coisa, se não pegou a coisinha nojenta, sinal de péssima qualidade, o negócio é usar outra. Tenho estoque para 20 dias.
- Lá foi à senhora cidadã assustada, com as duas ratoeiras.
Chegou outra desesperada, boa tarde! Boa tarde! O senhor tem aquela ratoeira, que além de desmunhecar o rato, possui uma goma pegajosa, que não deixa o bicho escapar?
- Minha senhora! Além de quebrar o pescoço do infeliz, a senhora ainda quer deixar o bichinho preso? Não, não tenho, porém, se tivesse o referido produto não venderia, é muita desgraça para um rato.
- Acharei em outro ponto de vendas, passe muito bem.
- Facínora.
Segmento: materiais para construção, porém, a procura é por ratoeira, pode?
Abraços do Catarina Paranaense – Comerciante sofre!








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