quinta-feira, 29 de setembro de 2016

" N I H I L ."



Estou aqui na megaloja (21m2), sem fazer absolutamente nada.
Estou, apenas, olhando para os meus botões.
O quê?
Não venha colocar palavras na minha boca, eu disse que estou olhando para os meus botões, não falando com os meus botões! Não confunda centavos novos com sentar nos ovos,
To certo Jaca?
- Certinho chefia, aproveitando a oportunidade, o seu corte de cabelo, ficou uma verdadeira “M”.
- “M”, de megera, essa infeliz acabou com o meu cabelo.
A mesma tem uma juba enorme, quando estava cortando o meu cabelo, não sei de que maneira, a juba desprendeu-se, sendo que cada volta que ela dava em torno de mim, era
obrigado a desenrolar a sua juba de meu pescoço. Situação estranha e desconfortável.
Sem ter o que fazer em minha megaloja (21m2), aproveitei o tempo para tentar fazer o que a megera fazia normalmente, ou seja, coçar a ponta do nariz com a ponta da língua.
Mas, quando você tenta alguma coisa que necessita de concentração, você se esquece de tudo, inclusive, o local.
Usufruindo de todo o esforço possível, porém, sem atingir o objetivo, para minha infelicidade quem chegou foi o Bicanca, com sua língua afiada.
- Bonito, bonito, muito bonito, quando eu falo para minha mulher que você não bate bem dos pinos, a mesma me chama atenção, que não devo falar do alheio. Neste caso, não é falar, apenas, comentar.
Chego à loja, encontro você com os sapatos em cima da mesa, sentado e arcado para trás, com a cadeira inclinada, podendo provocar um acidente, e para piorar a situação, com a língua para fora, parecendo um verdadeiro maluco.
Vou sugerir o seguinte: vamos atravessar a rua, eu lhe ajudo a subir no muro, pular, e pronto, está dentro do PINEL.
Chego à loja, às vezes você está rindo que nem uma hiena velha, outra vez, cara feia e amuado, já cheguei aqui, não encontrei ninguém, porém, você sai de trás das tranqueiras da loja, vindo por trás da gente e fala: precisando de alguma coisa? Quase mata a gente de susto.
Bicanca! Não é nada disto, não é nada disto, apenas estou tentando imitar a megera, ou seja, coçar a ponta do nariz com a ponta da língua, porém, sem sucesso, a língua não chega nem na metade do bigode.
- Você quer fazer isto?
- Bicanca do céu, ou melhor, da terra, me deixa apanhar uma régua em polegadas e vamos medir esta estupenda língua.
Nossa! Duas polegadas, ou seja, 5 cm., isto não é língua, mas sim, uma guasca.
- Cria vergonha meu caro, usa postura de gente grande, séria, sem essas palhaçadas, aprontadas por você.
Fui.
- Grande bicanca; vocês sabem o motivo do apelido do bicanca?
Não sabe de nada, estão por fora de tudo.
Origem do apelido: Ele chega a casa, caso a mulher reclame de alguma coisa, ele apanha a coisa, coloca em cima de um monte de areia, recua 5 metros e com a sua botina, com biqueira de aço, ele senta o pé.
Falou-me que, recentemente, a mulher vivia reinando com a televisão; uma televisão novinha, Colorado “RQ” – Reserva de Qualidade (?????)
Num certo dia, já com o saco cheio, chegou a casa, vendo a reina da mulher, apanhou a televisão, colocou no monte de areia, recuou, tomou velocidade e, pimba, bem no coração da TV, conclusão, sobrou cacos para todos os lados.
Grande Bicanca.
Olha quem está chegando, a dona Maria dos Palmares!
- Bom dia! Bom dia! Tudo bem?
- Está mastigando dona Maria?
Queria ver a sua língua?
- Veja!
- Que língua mais suja, a senhora tem a língua suja, heim!
- Eu não tenho a língua suja, sou uma mulher honesta, só falo a verdade, não solto palavrões, portanto, o senhor está me caluniando indevidamente.
Vou falar com o meu marido, o “Chicão”, para tomar às providências, junto a você.
Absurdo, absurdo, absurdo.
- Dona Maria! A Senhora está nervosa de graça, eu, apenas, queria ver a sua língua, para saber a elasticidade da mesma. Quanto à língua suja, quis dizer: Suja no sentido de estar mastigando.
Jamais passaria pela minha cabeça, classificar a senhora como uma pessoa com a língua suja.
Deixa o Chicão para lá, vamos manter a amizade de sempre, inclusive, fala para o marido que eu mandei um forte abraço e que ele tenha muita sorte na vida.
Estou desculpado do mal entendido?
- Está, contudo, o Chicão tem que saber deste episódio.
Estou indo.
- O Chicão, para o conhecimento de todos, é segurança habilitado de figurões, faixa preta e, além de alto e forte, é um poço de ignorância.
Arrumei para cabeça.
Já estou de cabeça quente. Não quero nem pensar na bagunça do baita monte perante a situação. Estou na mão da dona Maria.
- Bom dia! Bom dia! Como vão as coisas por aqui?
- Tudo bem seu Canhanha, tudo bem.
O papo do dia é a língua.
- O que tem a língua?
- Conheci uma megera que coça a ponta do nariz com a ponta da língua, é mole?
- Eu não consigo, mal, mal tiro a língua para fora da boca.
- Realmente, estou observando, trata-se, na realidade, de uma língua meia boca.
- Falando em língua, estou levando uma, para a patroa preparar no almoço.
- Seu Canhanha, este pacote é uma língua?
- Sim senhor, uma língua de búfalo, quase dois quilos.
Uma língua ensopada com purê de batatas é algo de melhor.
- Seu Canhanha, pelo tamanho da língua, é dele ou dela.
- Provavelmente, dela, KKKKK KKKK KKKKK.
Estou indo, pois, a patroa tem que preparar esta delícia.
- Seu Canhanha, boas linguadas, OK?
Tá tudo muito bom, porém, a minha cabeça está fervendo, não consigo tirar o Chicão da cabeça.
Bem que ele poderia passar, aqui na loja, antes de ir para casa, uma maneira de contornar a situação, com uma observação necessária, não falar em língua com o baita monte.
O quê foi?
Tá contente com a confusão criada por mim?
Creio que não vai acontecer nada de ruim para o meu lado. Creio né, todavia, partindo do poço de ignorância, tudo é possível.
Espero não dormir com o lombo quente.
- Chefia! Espero que o senhor sonhe com o Chicão!
- Não Jaca! É mais fácil eu sonhar com a sua avó.
Tão louquinhos para ver o degas com o coro quente; querem molezas? Apertem a língua do vizinho.

“SÊ COMO O SÂNDALO, QUE PERFUMA O MACHADO QUE O CORTA.”
Abraços do
Catarina Paranaense.




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