terça-feira, 20 de setembro de 2011

"A JANELA."


Aproveito a minha caminhada matinal para comprar o pão nosso de cada dia na panificadora do japonês.
Pessoa alegre, bem com a vida e com a clientela.
Todo o dia me pergunta: tudo bem, guardando ainda mais dinheiro? Sabe perfeitamente que não tenho dinheiro, todavia, a colocação é salutar. Não é como muitos que já chegam solando, ou seja: saiu da fossa? Conseguiu atingir o fundo do poço? Pessoas pobres de espírito, infelizmente.
Certo dia o japonês me perguntou: tudo bem com o senhor? Tudo bem, pois, sempre olho para frente, quem olha para trás não ganha corrida. O japonês fez a seguinte colocação: se eu fosse o senhor, não se esquecia de dar umas olhadelas para os lados. Excelente colocação do japonês.
Lembrando da colocação do japonês, resolvi dar uma olhadela para o lado esquerdo, o que me surpreendeu, ou seja: avistei uma janela, sim a janela do quarto de minha casa, onde fica a o meu computador. Em linhas gerais informo que se trata de meu escritório, entretanto, trata-se de um quarto.
Uma janela, sim senhor, com esquadrias de ferro, vidro e possui até cortinas.
Acontece que este quarto é interno, não possui saída para rua, e bem central, tendo como limites: a sala, a lojinha, ou seja, a megaloja (21m2), corredor e corredor.
A referida janela, tanto pode ficar aberta ou fechada, utilidade zero, possui inclusive cadeado.
Para matar a sua curiosidade, vou me dirigir à mesma. Pronto, já estou com a mesma aberta, me apoiando na soleira, na base da mesma. Estou sentindo algo estranho, tenho a impressão que esta base já foi mais baixa. Será que a trena do post “o clone”, estava aferida e correta?
Esta divergência já senti na soleira da janela do BWC, pois, tenho o hábito de, na madrugada, dar uma espiadela, através da referida janela, a situação no meu terreno, ou melhor, no quintal. Anteriormente usava a soleira da janela como apoio ao meu queixo, agora já necessito do auxílio do “PPU”, de boca para baixo, para atingir o visual do quintal.
Será que a minha casa, ou melhor, o terreno debaixo da casa, sofreu um efeito estufa? Não sei. Será que estou encolhendo? Não sei tudo é possível. Dentro dos meus cálculos, a diferença, antes e depois, é de 10 cm; assim sendo, se tal cálculo estiver correto, lamentavelmente, dentro de 16 anos, sumirei do mapa. Morrer? Não e não; desaparecer.
Seu meus cálculos estiverem certo, ou seja, 10 cm x 16 anos = l, 60m; não sobrará nada, absolutamente nada. Futuro infeliz; o pior vai ser como explicar o sumiço.
Uma curiosidade: quando estava me apoiando no “PPU”, senti algo batendo no meu pé, ocasião em que olhei para baixo e notei o “PPU” me agradecendo, informando-me que a única maneira do mesmo descansar, é quando está com a boca para baixo. Perguntei? Seu trabalho é difícil? Respondeu: recebendo descarga a todo o momento, descarga sólida, semi-sólida, líquida, chapiscada, pulverizada e outras pressões com intensidade absoluta.
Perguntei: você não é remunerado, elogiado por este árduo trabalho? Não, ao invés de elogios, esporadicamente recebo diversas mijadas. Você quer dizer admoestações? Não, não, é mijada mesmo.
Voltando ao papo da janela; o que podemos avistar apoiando-se na mesma: para frente observaremos a janela da sala, com abertura para rua, mas faz divisa com o paredão do sobrado do vizinho, o já era que Deus o ponha no lugar que o mesmo merece. Virando-se para o lado direito, veremos a lateral da estante da sala, segundo as más línguas, esta estante foi muito útil para a Princesa Isabel. Virando para o lado esquerdo, veremos a porta da sala que dá acesso à cozinha, e nada mais.
O meu filho e minha nora que residem em Floripa é que utilizam este quarto, quando estão em Curitiba. Certa noite, como de costume, levantei-me para dar uma olhada na janela da sala, a fim de verificar a situação; quando passei em frente a janela em questão, observei o meu filho e minha nora, debruçados na mesma, num bom papo; olharam para mim e falaram que estavam apreciando a lua. Pensei comigo, lua? Mas esta janela não tem saída para rua? Deixa-me olhar para o forro da sala, será que desenharam alguma lua. Não, nada à vista. Até hoje carrego esta terrível dúvida. Lua?
Esta janela tem um registro interessante; quando eu era bem jovem, na faixa etária de 59 a 60 anos, já faz muito tempo, estava dormindo neste quarto; de repente senti um batido muito forte na porta da cozinha; com aquela fibra de coragem, abrir a referida janela, pulei para fora e gritei: “socorro, socorro, estão tentando assaltar a minha casa.”
De repente senti uma mão no meu ombro e imediatamente agradeci: obrigado PM, muito obrigado seu PM, por me atender de imediato, estou apavorado, querem arrombar a minha casa. Senti uma voz, parecendo da minha mulher: ficou louco, ficou louco! Falei: mulher! O que você está fazendo aqui fora da casa a esta hora? Ela respondeu: fora? Você está no meio da sala como um verdadeiro otário, gritando sem parar. Um vexame total.
Tenho que tomar uma providência quanto à existência desta janela, pois estou para ser promovido de “QE” quociente excepcional, para “QS” quociente de sumidade, entretanto se notarem a existência de tal janela poderei ganhar uma observação no meu certificado: “ao invés de quociente excepcional, leia-se quociente errante. Vai pegar mal.
Você está curioso para saber o significado de “PPU” Heim? A curiosidade está matando, não pode esperar, nem tentar decifrar, quer tudo mastigado.
Vai lá, PPU  =  Penico, pinico ou urinol, como queiram. Sanou a curiosidade?
Abraços do Catarina Paranaense – também proprietário do PPU.



Nenhum comentário:

Postar um comentário