Belo dia, nada mais apropriado para dar umas voltas com o
meu Verona 94, modelo 95.
Já começou a babaquice, Verona 94, modelo 95. Ou é 94 ou 95,
ou 95 ou 94, uma verdadeira frescura.
Lá pelas tantas escutei paralá-pápá.
Pausa: paralá-pápá foi o barulho que escutei. Olhei pelo
retrovisor e observei a parte trazeira do escape caída lá no asfalto. Parei o
carro e fui correndo apanhar a peça danificada.
Cheguei, observei o escape revoltado, gritando: deixa-me aqui,
me deixa aqui, não me leva, não suporto mais soltar fumaça pelas ventas,
oriunda daquela gasolina vagabunda que você abastece.
Estou morrendo sufocada por sua culpa, vá embora, vá embora.
Coloquei a peça desesperada no ombro e partir em direção ao
94/95.
Na metade do caminho, um cara, no portão de sua casa, falou:
por quê não deu uma ré e foi apanhar a peça? Andada sem necessidade!
Olha o jacaré falando, olha o jacaré pegando no meu pé.
Fiz que não escutasse e coloquei o escape no porta mala.
Vamos continuar o passeio; de repente mais um barulho piriripimpim.
Vamos continuar o passeio; de repente mais um barulho piriripimpim.
Meu Deus! O vidro da porta dianteira do motorista, no caso o
degas, desmunhecou, desmaiou.
Levantava o bicho, porém, não se segurava no vertical.
Ficou nervoso de observar a situação de seu colega, o escape
em pedaços.
Vamos para casa, o melhor remédio.
Falei para a mulher, amanhã irei num vidrauto e numa oficina
de escapamento, a fim de consertar o estrago.
Dito e feito, já no dia seguinte, encaminhei-me para a
oficina vidrauto.
- O cara olhou, fuçou e já foi falando o xaveco de sempre:
meu caro! Temos que trocar a maquininha, pois, essa do carro já era.
- Quantos mangos?
- A maquininha e as palhetas do limpador, as quais estão uma
verdadeira merda, faço por 125 cascalhos, OK?
- Sei perfeitamente que a referida maquininha de meu carro,
o mesmo conserta e empurra para outro, com tudo, dei o aceite.
Agora, a oficina de escapamento.
Expliquei a situação; o mesmo analisou a peça trazeira
deslocada e falou: caro colega! A peça está morta, afogou-se na própria fumaça,
o negócio é colocar uma peça nova.
Preço?
- O cara apanhou a tabela de preços; é claro que o mesmo
apanha uma tabela de preços brutos, aumenta 100%, e vai falando: darei um
desconto de 10%, para você ficar freguês, OK?
Total, já colocada 155 pilas, OK?
- O panaca, o degas, mais uma vez concordou; vai somando: R$
125 mais R$ 155.
Cheguei em casa satisfeito da vida, problemas resolvidos.
No dia seguinte, ao abrir o carro, neca, nada de abrir, o
mesmo sofreu uma traumatização absoluta; reflexo do dia anterior é mole?
Às portas todas travadas, sem opção, liguei para o cara da
vidrauto, explicando a situação.
- O cara com aquela educação peculiar, respondeu: chama um
chaveiro meu caro!
Vamos às páginas amarelas, dito e feito, marcada a visita do
chaveiro.
Não demorou, lá vem o bicho, com pedaços de arames no ombro
e umas bolsas infláveis, além de um pé de cabra de PVC, silicone, sabem lá do
quê.
Força daqui, força de lá; solicitou minha ajuda, porém, nada
feito.
- O chaveiro falou: portas bem fechadas heim?
O jeito é tentar pelo porta malas.
- Falei: o porta malas não tem passagem para o interior do
carro.
- Claro que tem. Entrarei e você puxa esses dois botões e o
banco trazeiro vai ceder.
- Dito e feito, o banco desmunhecou.
Fiquei pasmo, com cara de babaca, pois, possuo o referido
carro quinze anos e não tinha conhecimento da referida passagem.
- Você sempre teve a referida cara de babaca, não sabe
absolutamente nada.
- Agora não jacaré, agora não; vai plantar batata doce no
asfalto, OK?
- O chaveiro entrou no interior do carro, abriu às portas
laterais, apanhou os 50 mangos e saiu dando risada.
- Senti a referida risada, sem comentários.
- No dia seguinte, novamente na oficina vidrauto.
Meus caras, o bicho tá travado, sistema nervoso abalado,
crise hipertensa e outros bichos.
- Vamos deixar o 94/95 em forma, em dia, sem problemas.
- Mais aquele velho xaveco.
- Bom! No lado do motorista, temos que trocar a fechadura,
no outro lado a mola de aço, não tem outra maneira.
- Sempre o mesmo papo, substituir, fazer o quê?
Vamos ao que interessa; valor total da morte?
- Faremos um valor camarada, ou seja, 160 contos, OK?
- Dito e feito, aceitei.
Serviço pronto, não cheguei rodar 5 metros, o bicho travou, mais
travou mesmo. Fiquei preso dentro do 94/95; o jeito foi buzinar.
Lá vêm o mecânico com justificativas: cara! Testei diversas
vezes, porém, vamos dá mais uma verificada.
- Parafuso daqui, parafuso Dalí, pronto, agora ficou bom,
pode tocar o 94/95.
Tá o 94/95 na garagem, vamos continuar testando o bicho.
Sacou o valor? R$ 125
+ R$ 155 + R$ 160 mangos.
Tá rindo? Rindo do quê? O caso de chorar jacaré, nada de
rir.
Prá cá com essa.
94/95, sim senhor! Quer comprar?
Faça a sua oferta e chegaremos num consenso.
Abraços do Catarina Paranaense.
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