Por mais uma vez,
informo a todos, que tais registros são estritamente confidenciais, pois, se
trata de assuntos relacionados ao degas, portanto, não metam o bedelho. Fim de
papo.
Tais registros são elaborados de 100 em
100 anos, para o meu conhecimento.
Passei o domingo tentando eliminar mais
uma goteira, sem sucesso. Não sei andar por cima do telhado, a última vez que
tentei, das dez telhas pisadas, quebrei sete, é mole ou quer mais.
Sobra, portanto, uma única saída, ir
pelo forro, tentando chegar até o local desejado; lá serrar o sarrafo,
destelhar e fazer o serviço desejado.
Deveria existir uma lei que toda construção,
no que tange a altura do forro ao telhado, fosse, no mínimo de 2,50m, no meu
caso, é lógico. A merda é que a altura vai de 1m a 1,60m, nesses casos tenho
que andar de gatinho. A altura foi feita
para nanico e não para mim.
O quê foi? Por acaso contei alguma
piada? Larga do meu pé jacaré.
Não foi possível chegar ao local
desejado, assim sendo, fiquei de cócoras, olhando com uma cara de ninguém para
a goteira, e o jeito foi voltar. Uma verdadeira merda.
Envolvi escada, tábuas, e o escambau, a
título de nada, absolutamente, nada.
Fica o registro.
Estou desanimado, cabisbaixo, triste,
enjoado, desbundado, sem vontade de fazer nada e sem respectiva.
Diante de tal poço de misericórdia, nada
melhor, para dar uma balançada, assistir o filme, que está explodindo no mundo,
sucesso, absoluto, de bilheterias.
Nome dessa explosão cinematográfica: “TARZAN
– O FILHO DAS SELVAS”.
Já dentro do filme, foi feito uma
chamada de urgência, ou seja: “FOI LIBERADA A VACINA PARA A MELHOR IDADE”.
Pulei do sofá, fiquei em posição de
sentido e falei: Mulher! Chegou a nossa vez!
Fui correndo para o quarto, abrir o cofre...
Pausa... Cofre, na realidade, refere-se a uma caixa de sapato de ferro, com uma
tampa e uma fechadura, contudo, apelidamos de cofre, um nome
pomposo , principalmente, quando se fala
perante visitas.
Dentro do cofre achei aquela joia, uma
verdadeira preciosidade, a carteira de vacinação.
Apanhei a mesma, coloquei em cima da
penteadeira e solicitei para minha mulher o seguinte: uma camisa de mangas
curtas, ou sem mangas.
Já deitado, pensei: Não é uma boa deixar
a carteira em cima da penteadeira, toda precaução é salutar, principalmente, em
se tratando de um documento tão importante.
Já pela manhã seguinte tomei aquele café
gostoso, de posse da roupa, apanhei um pedaço de esparadrapo, pois, nem sempre
fornece o mesmo, após a vacinação, e fui para o local da vacinação, um postinho
da PMC.
Lá chegando, aquele tumulto infernal,
todavia, o importante era apanhar a senha. Não pensei duas vezes, solicitei
informações para uma funcionária que, com aquela educação peculiar, foi
dizendo: “Vá para frente”.
Já na fila, para apanhar a senha, a
motivação era total; chegando a minha vez solicitei: “Quero a senha para
vacinação”! Tá na mão codina munitina. Epa! Larga do meu pé jacaré.
Já na fila de vacinação, encontrei gente
da 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª, da MELHOR IDADE.
Entre eles, um papo construtivo, só se
falava de: Osteopenia, Osteoplastia, Osteoporose, Osteose, Osteotomia, Reumatismo,
Artrite e Artrose. Eu estava anotando tudo, ocasião que chegou um senhor da 6ª melhor
idade, e perguntou-me: “Você é jornalista? Pois está tomando nota de tudo! Não
senhor, não sou jornalista, estou tomando nota de tudo, para consultar, em
casa, no dicionário”!
Outro da 4ª melhor idade falou-me: “Já
falamos de tudo, agora, chegou a sua vez”!
Pois bem, falarei de gota.
- Nossa gota! Já me mandei de casa para
não ouvir mais a minha mulher falar de goteiras, agora, vem você com esse papo!
Senhor! A gota que me refiro é uma
doença, tipo artrite, relacionado ao ácido úrico. É caracterizada por
inflamações nas articulações.
Todavia, tenho problemas de goteiras em
minha casa, contudo, às mesmas são diferentes, pois, são inteligentes,
enganadoras e fugitivas.
Aparecem na sala, chego até lá, elas
aparecem na cozinha, chego até lá, elas fogem para o quarto, e assim,
sucessivamente.
Diante de uma chuva torrencial, não
tendo o que fazer, em relação às goteiras, fui dormir de raiva. Já quase
dormindo, senti umas cutucadas na testa; levei a mão e dei uma cacetada, todavia,
a minha mão estava molhada, olhei para cima e nada mais, nada menos, do que uma
famigerada goteira. Coisa de louco.
Agora, tenho uma goteira de estimação na
megaloja (21m2). Ela aparece quando não deve.
Certa feita, diante de uma chuva
torrencial, chegou uma madame, vinda do cabeleireiro, com um penteado,
parecendo uma torta alemã.
Chegou desesperada, informando que já
estava atrasada para o casamento, porém, necessitava de uma torneira. Parou e
ficou olhando para as torneiras, uma exposição sem fim (três no total).
Ficou falando: Não sei qual que eu levo
dúvida cruel.
Ela parou bem no local que pingava a
goteira. Pensei! Isso vai dar merda, pois, a torta alemã, da mulher, estava recebendo
a goteira numa velocidade muito grande.
Apanhei as torneiras e coloquei em cima
da mesa, justificando-me da seguinte maneira: Minha Senhora! Aqui está mais
claro, fica a vontade.
Por trás do pescoço da madame já era
notório, um filamento colorido, é mole?
Pensou, pensou, e até que enfim, levou a
torneira.
Olhei por cima da cabeça da mesma e
observei que a torta alemã estava ensopada, ou seja: Uma torta alemã aquática.
Chegou a minha vez para ser vacinado: “Próximo”,
e com aquela educação peculiar foi perguntando: Idade?
A outra já falou: Venha até aqui.
Nossa! A agulha não está firmando, pois,
o senhor tem o braço macio!
Minha senhora, madame, vacinadora,
curitibana, funcionária do postinho, sou itajaiense, tenho a formação do corpo
de Tarzan, não me venha com churumelas, OK?
Olha Maria! Olha! Estamos atendendo o
Tarzan, somos importantes.
Tarzan coisa nenhuma, isso tá mais para
o cipó, do que Tarzan, e com um agravante, cipó amarelado.
Tá aqui a sua carteirinha, cipó
amarelado.
O quê houve? Entrou tão alegre e saiu
com a cara de quem não gostou?
Entrei que nem Tarzan e voltei como cipó,
e o pior é que, um cipó amarelado.
Procurei o pedaço de esparadrapo,
contudo, não achei. A preocupação aumentou, pois, se caísse uma gota de sangue,
estaria frito. Uma gota de sangue de um itajaiense vale ouro, eis a minha
preocupação.
Voltei para casa, com uma cara de
ninguém, porém, com o braço estendido, missão cumprida.
Cheguei a casa, a mulher perguntou?
Vacinou-se?
Estou vacinado como cipó amarelo, é
mole?
Chega.
Abraços do
Catarina Paranaense.
PS = Senhor, daí pão a quem tem fome e
fome de justiça a quem tem pão.
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