Antes de entrar no assunto propriamente dito, alguns registros
para a eternidade, a saber:
1 – Estou praticando o reflexo condicionado de PAVLOV, pois
cada vez que quero ver a hora, olho para o local do relógio, que agora virou
lixo que não é lixo. O infeliz do relógio tinha três ponteiros, dois giravam
para a direita, um para esquerda, durma com um barulho desses.
Quantos clientes olhavam para o relógio e falavam: Tchau,
tchau, já estou atrasado para o trabalho. No outro dia vinham se queixarem da
falsa hora apresentado pelo relógio da parede da loja.
Cheguei duas, três, quatro horas adiantados no serviço, acreditando
nesse relógio fajuto.
O mesmo já era já foi, e foi tarde demais.
2 – A minha mulher trocou o sabonete sólido pelo líquido,
contudo, ainda não me acostumei com o mesmo. Aperto devagar, o sabonete espirra
na borda do bacio; aperto com força, espirra fora do bacio.
Certo dia, na hora de lavar a cara, dei um aperto tão grande
que o mesmo foi parar dentro do sapato, na meia. Como estava com pressa não dei
atenção à situação, mas, no andar da carruagem, o mesmo começou a deslizar,
fazendo o sapato sair do pé, um trabalho do cão.
Outro dia ao apertar o mesmo para sair o produto, estava com
a boca aberta, e o sabonete líquido foi parar dentro da minha boca; aproveitei
a ocasião e já escovei os dentes, cáries e obturações.
O quê foi? Você nunca escovou os dentes com sabonete? Não a
fez não sabe o que está perdendo.
Pois bem, vamos ao que interessa, renovação da CNH.
Dessa vez cheguei no dia e horário exato. No local o quadro
de sempre, um montão de gente, todos com cara de ninguém. Uns coçando o queixo,
outros mexendo no bigode, outros coçando a cabeça, a orelha, a b........
- Chefia! Chefia! Não joga o blog no lixo, deixa como está
de bom tamanho.
Na frente dessa gente um balcão com um cara ou uma cara sentado,
com um computador em sua frente, falando, sempre, a mesma coisa: Preencha esse
formulário e me devolva.
Pimba, pimba e pimba, preenchido e devolvido.
Sentei olhei para lá, para cá, fiz uma cara de ninguém e
esperei a chamada.
Não demorou fui chamado.
- Bom dia!
- Bom dia!
- Tudo bem com o senhor?
- Mais ou menos doutora, mais ou menos.
-Como vai a sua pressão arterial?
- A minha PA tem dois resultados, quando estou bem, uma
situação bastante rara, a mesma apresenta resultados aceitáveis, porém, quando
estou n o casco, a maioria do dia, a minha PA está violenta.
Portanto, uma hora a minha PA está no vale, outrora, no pico,
e às vezes nas nuvens.
- Quando que a mesma está nas nuvens?
- Quando retiro o extrato de minha conta e observo o saldo
da mesma.
- A coisa tá tão preta assim?
- Certa vez, doutora, ao tirar o saldo à máquina cuspiu o
extrato e caiu no meio do salão do banco, uma confusão dos diabos, pois, todos
que apanhavam o referido extrato, após a verificação do mesmo, faziam o sinal
da cruz e jogavam o mesmo para longe, uma verdadeira bagunça generalizada, é
mole ou quer mais?
- Qual o motivo que leva a mesma ao pico?
- Uma cardiologista, ao me examinar, vendo o absurdo do resultado
de minha PA, informou-me que eu sofro da síndrome do jaleco branco, então, cada
vez que entro num consultório médico, a minha pressão começa a borbulhar.
- Mas eu não estou com jaleco branco!
- Está um tanto sujo, o que esconde o branco do mesmo, mas,
a minha PA não se deixa enganar por falta de lavar o mesmo.
- Notei que o senhor, diferente de todos, carrega uma pasta
cheia de papelada; posso saber do que se trata?
- Claro; aqui eu tenho duplicatas a pagar, fax, email,
demonstrativo bancário, papel higiênico, sou prevenido, fotografias e folhas em
branco.
- Você carrega fotografias?
- Sim senhora.
- Posso ver algumas?
- Pois não!
- Essa aqui é do casamento de seu filho ou sua filha?
- Não e não, e o meu casamento, todos que estão aí, já estão
mortos, exceto eu a minha mulher.
- É a natureza não perdoa, ela espedaça com o ser humano.
- Essa doutora quer me tirar do sério.
- Essa outra, quem são?
- A Maria em pé, Obrando sentado.
- Manera suas expressões, o respeito é bom, e eu gosto.
- Doutora! Não falei nada demais, trata-se de dois irmãos, A
Maria e o Obrando!
- Ah bom. Agora entendi.
- Aqui você cavalgando?
- Sim senhora, eu sou o de cima.
- Você é ligado a cavalo?
- Fui doutora, hoje não sou mais.
- Como assim?
- Na época de meu namoro, hoje minha mulher, visitava a
mesma quinzenalmente, os mesmos moravam no sítio, e o meu sogro tinha animais,
cavalos, vacas, touros, porcos, galinhas, depois eu cheguei, para fechar a
roda.
Todos os dias pela manhã, madrugada ainda, o meu sogro
cortava ração para os mesmos.
Os primeiros a serem servidos eram os cavalos, e a sua
rotina era a seguinte: Ele cortava a ração, colocava nos cochos e ia buscar os
cavalos.
Junto com os ingredientes para formar a ração, o meu sogro
colocava cana de açúcar, uma cana escura e muito doce, a qual após a trituração
saia em rodelas.
Enquanto ele ia buscar os cavalos eu me dirigia ao cocho e
separava as rodelas da cana num cantinho do cocho, e esperava chegada dos
cavalos.
Entre a chegada dos cavalos, até apanhar outros animais era
demorado, então, eu aproveitava da deixa e me dirigia para o cocho, junto com
os cavalos, chupar as rodelas da referida cana.
- E os cavalos não estranhavam sua presença?
- Claro que sim, todavia, comecei a rinchar que nem eles,
chegando num estágio de rinchar mais alto do que os mesmos.
- Não levava coice?
- Levava, contudo, me desviava dos mesmos e soltava outros,
uma guerra cavalar.
Daí surgiu à terapia da rinchada, pois, a terapia do grito já
estava perito em aplicá-la.
- Quer dizer que o senhor sabe rinchar?
- Modéstia parte, rincho muito bem Doutora!
Quer escutar uma rinchada de primeira?
- Não, aqui no meu consultório não; aqui não é consultório veterinário,
ok?
Vamos aos testes.
Cores na tela?
- Pimba, pimba e pimba.
- Que letras você enxerga na tela?
A S D F G H.
- O quê
- Desculpa, lembrei quando iniciei o meu curso de
datilografia, na Escola Remingtom de São Bento do Sul.
As letras são: Pimba e Pimba.
- Você colocou a marca de seu carro como “OM”. Como assim?
- Sim senhora, OM = Ônibus Municipal!
- Você não tem carro?
- Não tenho e não gosto de carro.
- Então, para quê tirar a carteira ou renovar a mesma?
- Mais um documento doutora, sou brasileiro com lenço e
documentos, não é assim?
- Você não colocou o número do seu celular?
- Não tenho e não gosto de celular.
- Você tem máquina de datilografia?
- Tenho.
- Usa a mesma?
- Muito doutora, muito mesmo.
- Tem computador?
- Tenho mais não gosto, foi presente de um filho.
- Por quê que você não gosta de computador e gosta de
máquina de datilografia?
- O computador não faz barulho na hora de digitar, já a
máquina de datilografia faz um barulho gostoso, ti ti ti tiriri tiriri ti ti,
coisa de louco.
- Terminado o teste, aguarde a resposta, via correio.
- Passe muito bem doutora!
- OK!
Pronto, acabou alguma graça, alguma piada, quer saber se
passei, não sei, o correio dirá e tchau.
Abraços do
Catarina Paranaense.
Uns entram lambendo e sai mordendo, cuidado.
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