Atentem para a luta de nossos irmãos acrianos, para se
manterem dentro de nosso País, chamado Brasil.
Brasil – Um país abençoado por Deus.
A interpretação errônea de um tratado de limites, firmado no
tempo do Império, fez com que o Acre fosse considerado como propriedade
boliviana. Estudos posteriores verificaram que esse território pertencia,
realmente, ao Brasil. Além disso, seus habitantes eram, em sua maioria,
nordestinos e amazonenses, portanto, brasileiros.
Tendo o governo boliviano tomado posse do território,
estabelecendo uma alfândega no rio Acre, num lugar chamado Puerto Alonso, a
população local revoltou-se. As autoridades bolivianas foram intimidas a
retirar-se. Em seguida, foi proclamado o Estado Independente do Acre.
Todavia, o governo brasileiro, atendendo às reclamações da
república vizinha, interveio no Acre, pondo fim, a favor dos bolivianos, ao
movimento dos seringueiros. Vozes se levantaram, então, em todo o território
nacional contra a medida das autoridades de nosso país. E a agitação do Acre
continuou.
Nesse ínterim, a Bolívia enviou forças armadas para ocupar o
território.
O governo do Amazonas, prejudicado com a ocupação boliviana,
apoiava francamente a atividade dos revolucionários acrianos. Foi então
organizada uma expedição para libertar o Acre, a qual fracassou por falta de
direção esclarecida. E a Bolívia, que desejava consolidar seu domínio, tomou
medidas severas que só contribuíram para exaltar ainda mais os ânimos dos
acrianos.
Em 1902, a Bolívia resolveu arrendar o Acre à uma empresa
estrangeira, conferindo-lhe poderes absolutos sobre o território.
Essa decisão causou indignação em todo o povo brasileiro. Os
acrianos resolveram reagir, com a máxima presteza, contra essa ignomínia. Mas
faltava um chefe, resoluto e audaz, para coordenar e dirigir seus esforços.
Esse chefe apareceu, finalmente, na pessoa de José Plácido
de Castro. Nascido no Rio Grande do Sul. Tinha estudado na Escola Militar de
Porto Alegre e participara da revolução federalista. Tendo renunciado à
carreira militar, seguira para o Acre a fim de trabalhar no serviço de
demarcação de terras.
Quando soube do que a Bolívia ia fazer com o Acre, iniciou
uma campanha enérgica no sentido de libertar o território. O go0verno
brasileiro abandonara o Acre e reconhecera a posse indevida da Bolívia, mas os
acrianos lutariam ainda que sozinhos. OU SERIAM DO BRASIL OU SERIAM LÍVRES!
Reorganizou-se, então, o Estado Independente do Acre, sob o
governo de uma junta revolucionária. Coube a Plácido de Castro a chefia das
forças armadas.
Depois de intensa propaganda nos seringais, Plácido
organizou uma coluna que, apesar de mal equipada, marchou sobre Xapuri, posto
boliviano, prendendo as autoridades locais e apossando-se da vila, sem um tiro.
O governo boliviano enviou, então, um forte contingente de tropas, bem armadas,
que, a muito custo, conseguiu vencer os revolucionários acrianos.
Mas Plácido de Castro não desanimou. Reuniu novamente seus
soldados, recebeu novos voluntários e, pouco depois, derrotava, de maneira
espetacular, as forças bolivianas sob o comando do Coronel Rosas. E, mais
tarde, conseguia grande vitória, derrotando o grosso exército boliviano, sob a
chefia do Coronel Lino Romero. Era a libertação do Acre!
Inquieto com a marcha dos acontecimentos, o governo
boliviano preparou uma grande expedição militar, sob o comando do próprio
presidente da Bolívia, General José Manuel Pando.
Nessa ocasião, já o governo brasileiro tinha decidido apoiar
os patriotas do Acre e o Barão do Rio Branco, Ministro do Exterior, entrara em
atividade. Foi notificado à Bolívia de que o Brasil reconhecia os
revolucionários acrianos como beligerantes. Ao mesmo tempo, foi enviada uma
forte coluna militar, sob o comando do general Olímpio da Silveira, para ocupar
o território disputado.
Plácido de Castro já tinha cercado as forças bolivianas, sob
a direção do General Pando, quando foi informado da chegada das tropas
brasileiras. Sem mais demora, depôs as armas, entregando a ocupação do Acre ao
General Olímpio da Silveira.
A 27 de dezembro de 1903, o Tratado de Petrópolis pôs fim à
questão. A Bolívia reconhecia os direitos do Brasil sobre o Território do Acre,
recebendo compensações em terras e dinheiro, além da construção, pelo governo
brasileiro, da Estrada de Ferro do Madeira ao Mamoré, com um ramal para Vila
Bela.
Abraços
Do Catarina Paranaense.
PS = Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua
sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas
riquezas.
Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me reconhecer e
saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; por
que destas coisas me agrado, diz o SENHOR.
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