Acordei um tanto alegre, contudo, a alegria foi passageira,
pois, sem querer, dei uma olhadela no espelho, porém, o mesmo estava embaciado,
o que provocou uma imagem medonha.
Parecia uma alma penada saindo do espelho, é mole?
O quê foi? Mostrando às canjicas por quê?
Fica rindo que eu já anulo o sorriso. Quer ver uma alma
penada? É só olhar no espelho. Prá cá com essa. Saí de mim jacaré.
Vamos ao que interessa,
Às páginas da história do Brasil estão cheias de atos de heroísmo
de nossos índios, como Ajurícaba, que lutou pela libertação das terras do
Norte: de Tabira, que auxiliou a colonização das regiões do Nordeste. De Poti,
que ajudou os portugueses a defenderem o Brasil das invasões holandesas, de
Tibiriçá, que colaborou com os jesuítas na colonização de São Paulo.
Mas o maior de todos foi, sem dúvida, Araribóia.
Era cacique dos Tupinimós, tribo do Espírito Santo.
Quando Mem de Sá partiu da Bahia para expulsar os franceses,
que tinham invadido a Baia de Guanabara. Araribóia pôs á disposição do grande
chefe português nada menos de quatro mil arcos de sua tribo.
Durante a campanha da expulsão dos franceses, ninguém
igualou Araribóia em coragem, em bravura e em heroísmo.
Sua ajuda no ataque à ilha de Villegaigon foi importante e
decisiva. Foi ele o primeiro a subir os penhascos da ilha e a entrar na
fortaleza inimiga. Foi ele quem com um facho aceso, fez explodir o paiol de
pólvora. Mais Tarde, é a sua tática guerreira e ao valor dos seus índios que se
deve não ter o Rio de Janeiro caído novamente em poder dos franceses.
Os serviços prestados por Araribóia, na defesa da Guanabara,
foram tão relevantes, que o rei de Portugal, como recompensa, concedeu-lhe o
título de Comendador da Ordem de Cristo e ofereceu-lhe uma extensa porção da
terra, na Praia Grande, na baía que ajudara a defender. O chefe índio aí fundou
uma aldeia, que deu origem à cidade de Niterói. Convertido ao catolicismo foi
batizado com o nome de MARTIN AFONSO.
Em 1575 chegou ao Rio de Janeiro o Governador do Sul, Dom
Antônio Salema. As tribos amigas da vizinhança vieram prestar-lhe homenagens e
oferecer-lhe votos de lealdade. Araribóia deixou a sua aldeia de S. Lourenço,
atravessou a baía e foi cumprimentar o governador. Naquele tempo, o cacique já
estava bastante velho, Mas seu porte ainda era rígido e desempenado. Vestia a
roupa que lhe fora dada pelo rei D. Sebastião e trazia ao peito a comenda da Ordem
de Cristo.
Dom Antônio Salema, fidalgo ORGULHOSO E REFINADO, ERA MUITO
EXIGENTE EM REGRAS PROTOCOLARES, Quando soube que Araribóia estava no salão do palácio,
quis conceder-lhe uma honra especial e convidou-o para sentar-se a seu lado. O
índio aceitou o convite e sentou-se junto do governador.
No meio da conversa, ARARIBÓIA CRUZOU AS PERNAS SOBRE A
CADEIRA, Dom Antônio Salema esqueceu que ali estava um selvagem que não
conhecia as exigências do protocolo. Chamou um intérprete e mandou dizer ao
cacique que aquela maneira de sentar era incorreta, pois ali estava um
representante de El-Rei, E, diante de El-Rei, ninguém cruzava as pernas sobre a
cadeira,
A resposta de Araribóia foi pronta e altiva:
- Diga ao governador que, se ele soubesse como as minhas
pernas de velho estão cansadas de guerrear em favor de El-Rei, não estranharia
que elas merecessem este pequeno repouso.
E levantou-se, dizendo:
- Fiz mal em vir cá. Não sou cortesão, Devia ter ficado em
minha aldeia, Mas aqui não volto mais, Quando precisarem de mim, lá estarei.
- Será que o arrogante, que chamou atenção de Araribóia,
alguma vez na vida, pegou numa arma, para lutar por uma causa nobre?
O indivíduo sabia manusear uma arma?
Nunca fui chegado à etiqueta, normas protocolares e o
escambau. Haja vista, que quando compro minhas roupas, a primeira atitude e:
Apanhar uma tesoura, cortar as etiquetas e jogar no lixo,
Fui assim, sou assim e serei assim; vivo à minha maneira,
Araribóia! Você sempre será lembrado, como um arrojado
herói, e o povo brasileiro, sempre serão gratos pela sua contribuição,
Palmas para Araribóia e sua tribo,
Tiro o chapéu para você, Araribóia.
Abraços do
Catarina Paranaense – cortando etiquetas, ou seja, cortando
frescuras.
“P S, A PREGUIÇA CAMINHA TÃO DEVAGAR, QUE A POBREZA LOGO A
ALCANÇA,”
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