sexta-feira, 19 de agosto de 2011

" ÀS GOTEJANTES."


Existem alguns ditados, ditos ou colocações, como queiram, usados pelos antigos, que funcionaram, funcionam e funcionarão, por exemplo:
1 – O que não presta já vem de berço;
2 – O pau que nasce torto não tem jeito, morre torto;
3 – A fruta não cai longe do pé, e por aí vai.
Um momento, falei antigo, deixe-me dar uma espiada na minha identidade. Epa, seis dígitos, enquanto às demais possuem um caminhão de dígitos; então estou no rol dos antigos, ou melhor, dos idosos; este termo pega melhor.
Então o bochicho em torno de meu irmão tem fundamento, ou seja, dizem que o mesmo ajudou Noé a construir a arca.  
O mesmo, também, pertence ao rol da “melhor idade.” ETA termo demagógico, melhor idade!
Vou definir o conceito mais próprio para tal faixa etária; primeiramente subirei numa escada, a fim de propagar para todo mundo.
Plac1, plac2, plac3, plac4, plac5 e plac6.
Plac = o barulho para subir nos degraus; 1 a 6 = corresponde o número de degraus.
Pronto, estou no sexto degrau, agora vou me agarrar na escada, pois a tontura está presente.
Na melhor idade se sente tonturas? Claro que sim.
Agora vou falar o termo mais apropriado para essa faixa etária: PÉS NA COVA, sim pés na cova, eu sou um pés na cova, ou melhor, PÉS NA COVA DE ALMEIDA e passa a régua.
Mas vou voltar ao que interessa; baseado nos ditos dos antigos, às Cataratas do Iguaçu, convocaram uma reunião, em caráter emergencial, cuja pauta prendia-se em torno da expulsão de todas às gotas d’água com tendências perniciosas, ou seja, aquelas que penetravam nas casas, transformando-se em goteiras, com intuito de infernizar a vida de seus moradores.
Foi uma debandada em massa.
Às excluídas, por conseguinte, convocaram outra reunião, sendo que 60% escolheram como destino a Capital dos paranaenses, e das tais, 30% aterrizaram na casa do Catarina; no caso a minha casa.
Para vocês entenderem essas gotas com tendências às goteiras, classificarei da seguinte maneira:
1 – goteiras pingue-pongue: aparecem na sala; você elimina o problema, elas aparecem na cozinha, e assim sucessivamente; uma verdadeira praga.
2 – goteiras perturbantes: um verdadeiro inferno.
Certo dia o meu filho caçula chegou bastante aborrecido e foi diretamente para o seu quarto.
Aguardei por uns momentos e fui verificar a situação. Encontrei o mesmo sentado, estático, com o computador no colo. Observei o mesmo com o cabelo lambido, creio que tinha passado brilhantina no cabelo. Pensei, será que o mesmo está ensaiando alguma peça teatral? Ele nunca teve inclinação para tal! Representará Napoleão? O cabelo lambido tendia para tal. Notei, também, o seu rosto avermelhado, reflexo da tela do computador. Pensei, será que o mesmo está checando o meu saldo bancário, provocando, no mesmo, um estado de choque? Perguntei-o? Tudo bem? O mesmo simplesmente apontou com o dedo para cima; no mesmo momento entendi, a famigerada goteira atacou.
Então entendi toda situação; graças a Deus, não tinha nada haver com o meu saldo bancário.
Outro dia, recebemos a visita de meu filho e nora, que residem em Floripa. Chegaram contentes e após um bom papo foram para a sala ver televisão. Eles adoram a minha televisão, uma Colorado RQ, reserva de qualidade. A mesma funciona no tranco, ou seja, você liga, dá um murro na molera e depois outro na região lombar. A mesma provoca um som e uma imagem de primeira. Coisa de louco.
Na primeira espiada, observei que os mesmos estavam na primeira poltrona, logo depois na segunda, e por último na terceira.. Após alguns minutos, observei que os mesmos estavam no lado de fora da casa, com o vitrô aberto, vendo televisão naquela posição. Perguntei o motivo de ficar fora da casa para assistir TV? Os mesmos informaram-me que estavam encalorados, motivo pelo qual, preferiram ficar daquele jeito. Temperatura em Curitiba Oº.
Não contente com a resposta, verifiquei que todas às poltronas estavam molhadas, oriundas das famigeradas goteiras.
Passado algum tempo, visitaram-nos novamente, agora bem mais protegidos, pois, montaram uma barraca na sala, justificando que estavam fazendo um treinamento na barraca, para posteriormente freqüentar camping.
Entraram na barraca e ligaram a TV, entretanto, às goteiras com tendências perniciosas, caiam no chão e respingavam dentro da barraca, coisa absurda. O lado bom da coisa é que não precisaram tomar banho.
Recentemente recebi um telefonema dos mesmos, informando-me que melhoraram a defesa, ou seja, compraram uma barraca impermeável, sem abertura, e o contato com o exterior, inclusive programas televisuais, são captados por intermédio do telescópio.
Vamos aguardar para sentir o funcionamento, sem perturbações de goteiras.
Observando a barraca de meu filho e nora, veio uma idéia espetacular, ou seja, no lugar de minha casa, que também faz parte dos idosos, poderia montar um IGLU, isto mesmo um iglu. Além de me livrar das goteiras impertinentes, poderia criar um ponto de turismo mundial, pois chamaria atenção do mundo, com a seguinte chamada: VISITEM O IGLU DO ESQUIMÓ ITAJAIENSE.
Isto não é idéia, mas sim, uma explosão de inteligência; hoje eu estou demais. Terminando este post, passarei um e-mail para mim mesmo, rasgando elogios.
3 – goteiras inconvenientes –Elas gostam de aparecer quando estamos com visitas.
Dias atrás fomos visitados por conhecidos que saíram de um salão de cabeleireiros, pois estavam de partidas para um casamento de parentes. Dentre os presentes observei uma senhora que estava com um penteado que denominei de ninho dos pássaros, ou seja, um tubo de cabelo em cima da cabeça. Para terem dimensões do tubo, comportaria tranquilamente um papagaio, um marreco e uma gralha.
Já na mesa do café, num dia chuvoso, a desgraçada da goteira inconveniente, agradou-se do penteado e começou o pinga pinga. A referida senhora, diante da mesada, principalmente da chineque com farofa, nada percebeu. Ficaram na mesa por m/m 40 minutos. Quando a dita cuja saiu da mesa, o ninho de pássaros comportaria, no máximo, um casal de canarinho Belga. Passou de ninho dos pássaros para um penteado aquático.
4 – goteiras dietéticas – certo dia, levantei nos cascos, dei umas marteladas nos cravos da ferradura e fui tomar café da manhã. Dia chuvoso, apanhei o pão, abrir pelo meio como de praxe e quando fui colocar manteiga, para não dizer margarina, observei alguma coisa estranha. O pão começou a ficar mole que nem um mingau e branco que nem a farinha de trigo. Fiquei observando aquele pão desfalecendo na minha frente. O quê fazer? Fazer o quê? Chamar um técnico panifício para tentar salvar o pão? Tarde demais, o pão ficou num mingau. Olhei para cima e observei uma cachoeira de goteiras na direção do pão, já falecido. Senti-as falando: uma por todas, e todas por uma.
Indignado, com fome, pulei da cadeira e fiquei sem o bendito café.
5 – goteiras musicistas – Já na sala com algumas visitas, dia chuvoso, em certa altura notei um toc...toc...toc...e o toc toc foi acelerando, parecendo um sambinha. Observei a cabeça das visitas balançando, chegando a certa altura já estavam praticamente dançando sentadas. Até o meu pé acompanhava o ritmo.
Uma senhora, bastante animada, perguntou-me: donde vem este batuque maravilhoso? Respondi: da vizinha; ela possui uma banda e está ensaiando. Como se chama a banda, perguntou a referida? Respondi: Dona Zefa e suas gotejantes.
Na realidade não era nada disto, mas sim, às famigeradas goteiras que gotejavam no forro.
6 – goteiras da doençaria -  certo dia me dirigir para o water closet, também num dia chuvoso, sentei no boca larga, com a finalidade de realizar o ato sublime.Já na posição de tiro, senti uma cócega na nuca; aquilo foi aumentando, olhei para cima, nada mais do que uma goteira. Procurei me desviar fazendo um giro de 180º no boca larga. Nenhum resultado positivo; a pressão arterial adicionado ao sistema nervoso foi tão intensa que perdi a noção da situação. Quando dei por mim, estava em baixo do pé de araçá, em cima de um pinico;. situação patética.
A chuva tinha dado uma trégua, entretanto, bateu um vento desfavorável, mexendo com força todas às folhas existentes no araçá, acarretando uma descarga de gotas d’água em cima de mim; numa situação extrema, apanhei o pinico e gritei: para o bem de todos e a felicidade geral de todas às residências e seus moradores, declaro eliminação total e  absoluta de todas às goteiras.
Vou até o Google eliminar algumas dúvidas escrita neste post.
Falar em Google, cara simpático, inteligente, atualizado, disponível, aberto, agora nunca se pesquisou a origem deste cara. O cara é “QE”, quociente excepcional. Para aí! Se o cara é “QE”, tem tudo para ser oriundo de Itajaí, minha terra, com grandes possibilidades de ser do bairro da Vila Operária. Meu Deus! O cara pode ser meu parente? Google de Almeida!
Estou começando a ficar preocupado, pois, sou proprietário do buraco negro; futuro presidente da Associação de Bicologia do Paraná; futuro proprietário do maior ponto turístico do mundo, o “IGLU”; e probabilidade de ser parente do Google.
Necessitarei de segurança pessoal, pois, atualmente tenho apenas três trancas, duas na porta da sala, e uma na porta da cozinha; como farei?
Alguém se habilita a me orientar?
Às vezes vale à pena ter “QI”, quociente de ignorância, ao invés de “QE”.
Ufa! Que dia!
Abraços do Catarina Paranaense – O Vulnerável.

Um comentário:

  1. Oi Pai,

    Isso me lembrou um fato :

    Esses dias aqui na empresa uma coordenadora da área pedagógica chamou o senhor responsavel pela manutenção do prédio e avisou:
    "Tem goteira na minha mesa !!!"

    O Senhor respondeu;

    "Claro, é porque hoje esta chovendo...."

    :)

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