segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"A COMPARAÇÃO."






Tempos atrás era muito comum você receber, em sua casa, equipes de elementos, intitulando-se “produtores de fotografias.”
O sistema era desenvolvido da seguinte maneira: você emprestava a sua fotografia, de qualquer tipo, e aos mesmos reproduziam a mesma, em tamanho grande, com moldura, geralmente oval.
Ficava um trabalho artístico muito eficiente e bonito.
Possuo um trabalho desse, uma verdadeira pintura; guardo a sete chaves, em meu quarto,caso contrário, a imprensa descobrindo, pulverizará pelo mundo a fora, com título “o monaliso”; coisa de louco.
Um quadro perfeito, ou seja:
Cabeleira = vale à pena ficar olhando.
Orelhas = um par simétrico, uma perfeição absoluta.
Nariz = Perfilado e 100% correto.
Olhos = atraentes e chamativos.
Boca = Totalmente dentro dos conformes.
Ao fechar da roda, o conjunto chama atenção, pela sua perfeição e eficiência da natureza.
Tal jóia está pendurada na parede de meu quarto.
Quando entro no meu banheiro, olhando para o espelho e virando o rosto ligeiramente para a minha esquerda, consigo ver a referida jóia.
Olho para frente, no espelho, vejo a imagem de minha pessoa, entretanto, olhando para imagem e para a jóia, tenho certeza absoluta que não se trata da mesma pessoa, não é possível. Chego a pensar que o referido espelho está de sacanagem comigo
Cabeleira = que cabeleira? Ou melhor, uma cabeleira esportiva, onze fiapos de cabelos para cada lado e o juiz no meio, é mole?
Orelhas = Com a ausência da cabeleira dá-se a impressão que as orelhas cresceram, porém, sem simetria, parecendo uma maior do que a outra.
Nariz = Borrachudo; tenho plena certeza que não se trata do meu nariz
Olhos = Sem brilho, sem cor, sem vida.
Boca = Fora do esquadro, difícil de apreciar.
Dúvida terrível, afinal de contas, qual a mais parecida comigo, a jóia ou a imagem, heim jacaré?
Abraços do Catarina Paranaense = Eterna dúvidas.

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