É muito normal, o aposentado fazer prova de vida, para
continuar recebendo a merreca do salário, isto na vida privada, é lógico.
Você que têm conhecidos, parentes, que são aposentados,
chega de leve nos mesmos, sem assustá-los, e faça a seguinte pergunta: Fulano! Você
continua recebendo o mesmo valor do início de sua aposentadoria?
É claro que a resposta será “NÃO”. O valor da aposentadoria
vai caindo, caindo, até chegar ao salário mínimo.
Cadê os direitos adquiridos? Sou revoltado quanto a esse
processo. Você trabalha a vida toda, consegue a aposentadoria, que já é uma
merreca, com o passar dos anos, o valor vai caindo ligeiramente, isso na vida privada.
Ainda bem, que já aplicaram uma identidade peculiar, ou
seja, “PRIVADA”, chamando todos, dentro desse contexto, de bolo fecal,
lamentável.
Procurar os direitos? Com quem? Advogados? E dinheiro para tais
despesas? O negócio e receber o referido valor e ficar de boca fechada nada
mais nos restam.
Fica registrado o meu desabafo, nada mais.
Então, fui convocado pelo banco que recebo a aposentadoria,
a apresentar minha prova de vida.
Coloquei uma beca de catar ovo, muita brilhantina no cabelo
e boas pingadas de óleo Dirce, coisa de louco.
Dirijo-me ao referido banco, cumprir meu dever de
aposentado, grandes “M”.
Primeiro passo: Chegar ao banco.
Segundo passo: Passar pela porta giratória; lá já começou a
encrenca, o guarda, ou melhor, o guarda-roupa olhou para mim e perguntou: “Vai
fazer a prova de vida”?
Como é que você sabe?
- Ora bolas, com tal aspecto, só pode ser um vivo morto,
principalmente com essa banha no cabelo, parecendo que enfiou a cabeça numa
lata de banha.
- Não gostei da gozação, contudo, passou em branco.
Cheguei ao atendente dos terminais e perguntei: Posso fazer
a prova de vida com você?
- No seu caso não, aspecto meio duvidoso para assumir tal
responsabilidade; dirija-se ao caixa.
- Ali começou o lado bom da coisa, primeiramente apanhar a
senha, no meu caso, fiquei em dúvida, terceira idade ou quarta idade; é, agora
criaram a quarta melhor idade, ou seja, dois pés fincados na cova.
Já com a senha em mãos, vamos sentar, esperando a minha vez.
Uma sena agradável, todo mundo com cara de ninguém, com a
senha na mão, esperando a vez de chamada.
É um tal de senta e levanta do cão, pois os primeiros
números coincidem, todavia, o último número não bate com a sua senha.
Não deixa de ser um exercício, ou seja, senta, levanta,
senta e levanta coisa de louco.
Pimba chegou a minha vez.
Já no caixa, aquela velha frescura:
Bom dia!
- Bom dia!
Depósito?
- Não, prova de vida!
- Lamento, disse a caixa, é necessária a presença da pessoa
interessada; não aceitamos interferência de terceiro!
- Minha caixa, senhora, funcionária do banco, sou eu o chamado por vocês!
- Você?
Chamarei o gerente para continuar o processo, pois, o seu
aspecto não é dos melhores, dá-se a impressão que o senhor foi desenterrado de
uma lata de banha. Credo!
- Minha senhora duvidosa, estou vivo, muito vivo, não estou
com banha no cabelo, mas sim, brilhantina das melhores, OK?
- Brilhantina? O meu bisavô sempre contava que o seu
tataravô usava essa tal de brilhantina, coisa lá do passado. De um modo em
geral, todos que usavam brilhantina já se foram, não estão mais em nossos meios,
por isso que não posso ratificar a sua prova de vida.
Chegou o da gravata, o gerentão.
- O senhor veio fazer a prova de vida?
- Sim senhor, algum problema?
- O senhor mora em algum cemitério, ou tem endereço vivo?
- Claro que tenho.
- Posso saber donde veio, já que está com a cabeça, ou
melhor, os cabelos, cheios de banha; trabalha em algum frigorifico?
- Caro gravata, nanico por excelência, não se trata de
banha, mas sim, brilhantina, OK? Eu disse brilhantina, entendeu?
- Meu caro duvidoso, tai o motivo de nossa dúvida, pois,
este produto era usado pelos antigos, todos mortos! Posso saber a origem de tal
produto?
- Comprei na casa de seu avô, OK?
- Nada feito, o meu avô está morto.
- Só sairei daqui com a prova de vida na mão, caso
contrário, dormirei no banco e fim de papo.
- Entrega a prova de vida para esse infeliz, contudo, faça
uma observação, a saber: “Vivo, porém, com aspecto cadavérico”.
- Ufa, que merda.
- Já com a prova de vida na mão, passando, novamente, pelo
guarda-roupa, o mesmo falou:
Conseguiu a prova de vida fantasma?
- Aí eu fiquei macho, chamei o cara para a briga, já no lado
de fora do banco.
- Ele veio?
- Não, o cara não estava no posto, foi tomar café, mas que
eu chamei o baita monte chamei.
O quê foi?
Alguma graça para abrir essa canjica cheia de dentes?
Abraços do
Catarina Paranaense.
PS = O futuro de um homem está escrito no seu passado.
Kkkkk... da próxima vez leva o potinho de brilhantina. Seria uma prova de vida.
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