domingo, 4 de dezembro de 2016

'MAIS UMA VISITA AO HOMEM DE JALECO BRANCO."



[Justifico a minha ausência por uns dias, em face de participar de um retiro para tentar ser um monge uno.]
Você sabe o que é um monge uno?
Claro que não sabe, e não sou eu que explicarei, ficará na curiosidade.
Entrei na fase de invocado, lutando para não ir para a outra fase, ou seja, invocadérrimo, portanto, não me venham com churumelas.
Quero deixar bem claro, que as anotações, aqui registradas, são estritamente confidenciais, cuja finalidade, é servir de subsídios, para futuras consultas, saber o que já falei ao médico. Portanto, não meta o bedelho no assunto.
Desta feita, marquei consulta com o médico geriatra, o médico da juventude (?).

Ao abrir a porta da clínica, observei muitas pessoas e poucas doenças, é mole jaca?
De cara um Pé na cova já soprou no meu ouvido, “Têm que tirar a senha”.

Fui abrindo alas e, com muita dificuldade foi possível apanhar a referida senha.
Agora, com a senha na mão, entrei no clima da sala de espera: todo mundo com cara de ninguém, alguns folheando a revista, outros apreensivos e, por aí vai.
A medicarada chamando sem cessar, contudo, notei um polaco de m/m dois metros de altura, com um nasal, que deixava qualquer nó de pino gigante no chinelo. Não usava jaleco, não usava estetoscópio, não usava piculinas alguma.
Falei para os meus botões, caso esse cara seja o meu médico, estou frito, pois, dentro de uma pressão arterial alta, como justificarei a síndrome do jaleco branco?
Cheguei às 10h15m, e nada de me chamar. Fui até o balcão e falei: Senhora madame, atendente da clínica, até agora não fui chamado, cheguei às 10h e 15m, já é 11h20m, como é que eu fico?
- Deixa ver a sua senha. O senhor apanhou a senha errada; esta senha é do laboratório, e o mesmo só atende até às 10h. Apanhe outra senha.
- Dito e feito, agora, é só esperar a chamada.
Não deu outra, o nó de pinho me chamou.
- Bom dia.
- Bom dia doutor.
- O que você sente?
- Sinto uma tristeza profunda doutor, pela ausência de Três itens que eu usava na minha juventude e, desgraçadamente, não estou encontrando.
Eis:
1 – Brilhantina Glostora – Uma pasta que passada nos  cabelos, após criar um penteado, o senhor poderia nadar, mergulhar, sapatear, jogar bola, berrar, e o penteado ficava intacto, coisa de louco.
2 – Óleo Dirce – Doutor do céu, ou melhor, da terra, uma gota do referido óleo na roupa, pronto, o senhor se tornava o cara da festa. Um perfume, que chegava até o espaço sideral.
3 – Galocha: A capa do sapato. Após lustrar os sapatos com banha de porco, num dia chuvoso, o senhor poderia passar por qualquer lugar pantanoso, todavia, os sapatos ficavam intactos, conservando o brilho nos mesmos. Coisa de louco.
- Você não entendeu a pergunta; se você veio ao médico, deve está sofrendo de algum problema em seu corpo!
- Captei Doutor! Vou descascar o camarão.
- Cabeça – Com o é notório a falta de cabelos em todo o campo.
- Olhos – O doutor dos mesmos informou-me que não tem como substituir os óculos existentes, pois, estou com problemas de cataratas nos dois olhos; assim sendo, resta a cirurgia de  ambas.
Ouvidos – Segundo a minha mulher e atuns clientes, eu estou ligeiramente surdo, é mole?
- Bochechas – Observe que a do lado esquerdo, está ligeiramente volumosa.
- Boca – Algumas restaurações nos dentes.
- O senhor não trata de dentes?
- Eu não, não sou dentista.
- O senhor tem mais cara de dentista do que médico, propriamente dito.
- Pescoço sustentando a cabeça.
- Tórax – tudo no devido lugar.
-  Abdome – duas cirurgias de hérnias.
- Pés – Nos dedões, a famigerada gota.
-Me deixa medir a sua pressão arterial.
- Com este aparelhinho, o senhor quer medir a minha pressão arterial?
- Nunca, a minha pressão arterial é medida através do barômetro.
O senhor tem barômetro?
- Eu não!
- Pois, deveria ter.
- Na última aferição, observei um registro de 1 Bar x 2 Bar”s, ou seja 14,5 x 29 libras.
- Você é gente ou uma bomba humana?
- Você é bem social ou, menos social?
- Não  sou  social, vivo com a carranca fechada, tão fechada, que às vezes tenho que aplicar massagens nas bochechas, para os nervos voltarem aos seus devidos lugares.
- Você gosta de piadas?
- Para ser sincero ao senhor, não sou muito chegado às piadas, não gosto de ficar mostrando às canjicas.
- Você conhece alguma piada?
- Para ser sincero, apenas, uma, contudo, sem muita graça.
- Você poderia contar a referida piada?
- Vamos lá:
No tempo da palmatória, uma pausa. O senhor conhece palmatória? Claro que conhece, creio que o senhor conheceu Moisés, Noé e outros mais.
- Claro que eu sou do tempo das palmatórias.
- Pois bem, vamos continuar a piada: O Professor chegou à sala de aula, sentou, abriu o livro de chamada, apanhou os óculos, prendeu em cima do cano do nariz, pausa. Naquele tempo, como é do conhecimento do doutor, os óculos não tinham hastes, apenas, abria ligeiramente o mesmo e prendia no cano do nariz.
O professor com uma idade avançada, m/m que nem o senhor iniciou a chamada: Alice, Artur, Bento, Carmem, Doraci, Ernesto, Frederico, Maria, Nair, Osvaldo, puxou o ar lá de dentro dos pulmões e gritou: “QUINHENTOS RÉIS DE BOSTAS!  Os alunos entraram em desespero, porém, o professor gritou, mais uma vez: QUINHENTOS RÉIS DE BOSTAS; nada de responder, neste meio chegou um aluno, tremendo, bateu no braço do professor; professor, professor, o que é garoto? Você está me atrapalhando no meio da chamada! Professor! Não é QUINHENTOS RÉIS DE BOSTAS, mas sim, QUINTINO REIS DE BASTOS1
- KKKKI KKKK KKKK KKKK KKKK.
Muito boa, muito boa, KKK KKKK KKKKK.
- Doutor! Posso fazer uma pergunta?
- Fica a vontade.
- É verdade que o rico rir a toa?
Pois, desde a hora que entrei em seu consultório, o senhor não para de rir, impressionante.
- Você mora aqui na região?
- Sim senhor, sou vizinho do PINEL.
- Muito bom. Altura do muro do Pinel.
- Três metros.
- Você tem escada mais alta, em relação ao muro do PINEL?
- Dois metros mais altos.
- Emitirei uma receita, porém, caso negativo, não se esqueça de visitar o seu vizinho, não se esquecendo de usar a escada. OK?
O quê foi? Tá achando que to biruta?
Larga do meu pé jacaré,
Abraços do
Catarina Paranaense.





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