[Justifico a minha ausência por uns dias, em face de
participar de um retiro para tentar ser um monge uno.]
Você sabe o que é um monge uno?
Claro que não sabe, e não sou eu que explicarei, ficará na
curiosidade.
Entrei na fase de invocado, lutando para não ir para a outra
fase, ou seja, invocadérrimo, portanto, não me venham com churumelas.
Quero deixar bem claro, que as anotações, aqui registradas,
são estritamente confidenciais, cuja finalidade, é servir de subsídios, para
futuras consultas, saber o que já falei ao médico. Portanto, não meta o bedelho
no assunto.
Desta feita, marquei consulta com o médico geriatra, o
médico da juventude (?).
Ao abrir a porta da clínica, observei muitas pessoas e
poucas doenças, é mole jaca?
De cara um Pé na cova já soprou no meu ouvido, “Têm que
tirar a senha”.
Fui abrindo alas e, com muita dificuldade foi possível
apanhar a referida senha.
Agora, com a senha na mão, entrei no clima da sala de
espera: todo mundo com cara de ninguém, alguns folheando a revista, outros
apreensivos e, por aí vai.
A medicarada chamando sem cessar, contudo, notei um polaco
de m/m dois metros de altura, com um nasal, que deixava qualquer nó de pino gigante
no chinelo. Não usava jaleco, não usava estetoscópio, não usava piculinas
alguma.
Falei para os meus botões, caso esse cara seja o meu médico,
estou frito, pois, dentro de uma pressão arterial alta, como justificarei a
síndrome do jaleco branco?
Cheguei às 10h15m, e nada de me chamar. Fui até o balcão e
falei: Senhora madame, atendente da clínica, até agora não fui chamado, cheguei
às 10h e 15m, já é 11h20m, como é que eu fico?
- Deixa ver a sua senha. O senhor apanhou a senha errada;
esta senha é do laboratório, e o mesmo só atende até às 10h. Apanhe outra
senha.
- Dito e feito, agora, é só esperar a chamada.
Não deu outra, o nó de pinho me chamou.
- Bom dia.
- Bom dia doutor.
- O que você sente?
- Sinto uma tristeza profunda doutor, pela ausência de Três
itens que eu usava na minha juventude e, desgraçadamente, não estou encontrando.
Eis:
1 – Brilhantina Glostora – Uma pasta que passada nos cabelos, após criar um penteado, o senhor
poderia nadar, mergulhar, sapatear, jogar bola, berrar, e o penteado ficava
intacto, coisa de louco.
2 – Óleo Dirce – Doutor do céu, ou melhor, da terra, uma
gota do referido óleo na roupa, pronto, o senhor se tornava o cara da festa. Um
perfume, que chegava até o espaço sideral.
3 – Galocha: A capa do sapato. Após lustrar os sapatos com
banha de porco, num dia chuvoso, o senhor poderia passar por qualquer lugar
pantanoso, todavia, os sapatos ficavam intactos, conservando o brilho nos
mesmos. Coisa de louco.
- Você não entendeu a pergunta; se você veio ao médico, deve
está sofrendo de algum problema em seu corpo!
- Captei Doutor! Vou descascar o camarão.
- Cabeça – Com o é notório a falta de cabelos em todo o
campo.
- Olhos – O doutor dos mesmos informou-me que não tem como
substituir os óculos existentes, pois, estou com problemas de cataratas nos
dois olhos; assim sendo, resta a cirurgia de
ambas.
Ouvidos – Segundo a minha mulher e atuns clientes, eu estou
ligeiramente surdo, é mole?
- Bochechas – Observe que a do lado esquerdo, está
ligeiramente volumosa.
- Boca – Algumas restaurações nos dentes.
- O senhor não trata de dentes?
- Eu não, não sou dentista.
- O senhor tem mais cara de dentista do que médico,
propriamente dito.
- Pescoço sustentando a cabeça.
- Tórax – tudo no devido lugar.
- Abdome – duas cirurgias
de hérnias.
- Pés – Nos dedões, a famigerada gota.
-Me deixa medir a sua pressão arterial.
- Com este aparelhinho, o senhor quer medir a minha pressão
arterial?
- Nunca, a minha pressão arterial é medida através do
barômetro.
O senhor tem barômetro?
- Eu não!
- Pois, deveria ter.
- Na última aferição, observei um registro de 1 Bar x 2 Bar”s,
ou seja 14,5 x 29 libras.
- Você é gente ou uma bomba humana?
- Você é bem social ou, menos social?
- Não sou social, vivo com a carranca fechada, tão
fechada, que às vezes tenho que aplicar massagens nas bochechas, para os nervos
voltarem aos seus devidos lugares.
- Você gosta de piadas?
- Para ser sincero ao senhor, não sou muito chegado às
piadas, não gosto de ficar mostrando às canjicas.
- Você conhece alguma piada?
- Para ser sincero, apenas, uma, contudo, sem muita graça.
- Você poderia contar a referida piada?
- Vamos lá:
No tempo da palmatória, uma pausa. O senhor conhece
palmatória? Claro que conhece, creio que o senhor conheceu Moisés, Noé e outros
mais.
- Claro que eu sou do tempo das palmatórias.
- Pois bem, vamos continuar a piada: O Professor chegou à
sala de aula, sentou, abriu o livro de chamada, apanhou os óculos, prendeu em
cima do cano do nariz, pausa. Naquele tempo, como é do conhecimento do doutor, os
óculos não tinham hastes, apenas, abria ligeiramente o mesmo e prendia no cano
do nariz.
O professor com uma idade avançada, m/m que nem o senhor
iniciou a chamada: Alice, Artur, Bento, Carmem, Doraci, Ernesto, Frederico,
Maria, Nair, Osvaldo, puxou o ar lá de dentro dos pulmões e gritou: “QUINHENTOS
RÉIS DE BOSTAS! Os alunos entraram em
desespero, porém, o professor gritou, mais uma vez: QUINHENTOS RÉIS DE BOSTAS;
nada de responder, neste meio chegou um aluno, tremendo, bateu no braço do
professor; professor, professor, o que é garoto? Você está me atrapalhando no
meio da chamada! Professor! Não é QUINHENTOS RÉIS DE BOSTAS, mas sim, QUINTINO
REIS DE BASTOS1
- KKKKI KKKK KKKK KKKK KKKK.
Muito boa, muito boa, KKK KKKK KKKKK.
- Doutor! Posso fazer uma pergunta?
- Fica a vontade.
- É verdade que o rico rir a toa?
Pois, desde a hora que entrei em seu consultório, o senhor
não para de rir, impressionante.
- Você mora aqui na região?
- Sim senhor, sou vizinho do PINEL.
- Muito bom. Altura do muro do Pinel.
- Três metros.
- Você tem escada mais alta, em relação ao muro do PINEL?
- Dois metros mais altos.
- Emitirei uma receita, porém, caso negativo, não se esqueça
de visitar o seu vizinho, não se esquecendo de usar a escada. OK?
O quê foi? Tá achando que to biruta?
Larga do meu pé jacaré,
Abraços do
Catarina Paranaense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário